Espaço para os Astros!

Este é um espaço especial para jovens cientistas, astrônomos amadores e curiosos por ciências e astronomia!
Compartilhe seus comentários, dúvidas e curiosidades sobre esse fascinante universo que nos cerca!
Por que olhar para o céu não tem idade, e é mais simples do que você imagina... Experimente!
"Só quem ama é capaz de ouvir e de entender estrelas" (Olavo Bilac)

domingo, 25 de setembro de 2016

Jovens brasileiros descobrem 5 asteroides e reconhecimento da NASA

A estudante Mylena Peixoto, de 16 anos, está vivendo uma experiência digna de ficção científica das produções de Hollywood: participou de uma caçada mundial por asteroides promovido pela NASA e seu grupo identificou 5 objetos desconhecidos!

A descoberta rendeu uma viagem à NASA, onde fará cursos de astrometria e terá a oportunidade de conviver com astronautas!

Esta é mais uma descoberta realizada astrônomos amadores - que tal fazer parte deles também?




A descoberta
Um grupo de alunos da Escola Técnica Estadual (ETE) João Barcelos Martins , unidade da Faetec de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, identificou ano passado 5 asteoides até então desconhecidos orbitando entre Marte e Júpiter. A pesquisa faz parte do programa da Nasa ‘Missão X - Treine Como Um Astronauta’, coordenado pelo Clube de Astronomia Louis Cruls (FB) .A descoberta feita ano passado foi reconhecida pelo Programa International Astronomical Search Collaboration (Iasc) e culminou no convite para uma viagem à NASA agora em setembro.

“Sempre gostei de estudar. Será uma oportunidade incrível que vou agarrar com todas as minhas forças”, conta a jovem. "Esse projeto caça asteroides no mundo inteiro e auxilia astrônomos a tentar proteger o Planeta Terra com vários grupos espalhados pelo mundo. Em Campos, foram 14 grupos de escolas municipais e estaduais, e eu vou representando o meu grupo, que descobriu cinco asteroides orbitando entre Marte e Júpiter".

A adolescente, que não possui internet em casa, conta que para identificar os asteroide foram necessárias horas de dedicação e observação dos objetos celestes em movimento em órbita. "Analisamos, durante muito tempo, através de um programa de computação astrométrica, diversos pontinhos que se deslocavam em uma imagem preta, branca e cinza. Não foi um trabalho fácil, mas o retorno foi gratificante", comemora a estudante.

Ele disse que o clube já descobriu 216 novos asteroides em três anos. O presidente da Faetec, Tande Vieira, comemorou a conquista de Mylena, que para ele também representa a vitória do ensino público. “Estamos contentes. Acompanhamos o processo desde o começo e fizemos todo o esforço possível para driblar a crise no país e no estado e poder ajudá-la a realizar um sonho. Temos muitos casos, como o dela nas unidades da Faetec, o que nos orgulha muito.”

Ela também explicou a importância da descoberta. “Nas imagens que analisamos os asteroides são pontos muito pequenos, difíceis de ser vistos. Mas, na verdade, podem ter quilômetros de extensão. Identificados, podemos impedir que eles venham colidir com a Terra”. As imagens a seguir ilustram  como é isso.


   


Assista a reportagem do Jornal da Band que fala sobre isso:




O reconhecimento
Os selecionados no projeto internacional vão conhecer o Johnson Space Center e o National Radio Astronomy Observatory, em Virginia e participarão de reuniões, estudos e cursos de análise de imagem de radiotelescópios. Abaixo, foto do certificado de reconhecimento pela descoberta feita ano passado, mas somente agora confirmada de fato.



De acordo com as regras internacionais, em cinco anos Mylena e sua equipe poderão batizar oficialmente os asteroides descobertos por seu grupo. Embora considere que os nomes devem ser dados em consenso pelos participantes do grupo, ela disse que, pelo menos, um deles já está definido. Um dos asteroides será chamado Rotary, em homenagem ao Rotary Club Internacional, que cedeu “dinheiro suficiente para quitar as passagens”. Ela adianta que fará uma homenagem a parentes e ao coordenador do projeto, Patrick Miller. Um dos que perceberam o potencial da estudante foi o coordenador do Clube de Astronomia de Louis Cruls, Marcelo Oliveira. “Ela se destacou na turma pela enorme dedicação ao projeto”, contou, orgulhoso o professor.  Provisoriamente, os asteroides observados pelo grupo receberam os nomes de P10odrM, P10ovCY, P10oCwi, P10oCAs e P10ouCr.

A comitiva brasileira é integrada por dez pessoas dos estados do Rio de Janeiro e do Mato Grosso. “A mais jovem, ainda em formação, sou eu”, disse Mylena. Ela vai acompanhada do seu professor, Marcelo Oliveira. A comitiva tem retorno ao Brasil programado para o próximo dia 30.


Dedidação e apoio da família
De família muito humilde, a estudante não tem internet em casa, por isso chegou a perder muitas horas procurando locais onde pudesse fazer pesquisas.  A estudante mora com o pai, que é porteiro, a madrasta (desempregada) e o irmão de 2 anos. Ela descobriu que havia sido selecionada para o projeto no início do ano, e mobilizou amigos e professores para arrecadar dinheiro para a viagem, que segundo os cálculos dela, terá um custo aproximado de R$ 8 mil. 

Segundo ela, identificar cinco novos asteroides não pareceu ser tão difícil para Mylena quanto arrumar dinheiro para viajar, já que teria que pagar as despesas...

"Desde o princípio eu sabia que não teria condições, então comecei a buscar alternativas. No começo as pessoas ficavam desconfiadas, porque eu só tenho 16 anos e fui sozinha em busca de patrocínio, já que meu pai trabalha muito. Depois que fui capa de um jornal da região, comecei a ganhar a confiança do pessoal. É um orgulho muito grande saber que se não fossem as pessoas, professores, alunos e amigos, e minha família, eu não teria conseguido", disse a estudante.


A viagem termina no dia 30 de setembro e Mylena pretende seguir na área da astronomia, apesar da aprovação em Ciências da Natureza no vestibular do IFF, ela terá que esperar para assumir a vaga, devido a idade. "Descobri que tenho um talento na área. Existe carreira na astronomia e dá para conciliar com as ciências da natureza, que é o que quero".


Assim como publiquei em outros momentos, ser astrônomo amador pode trazer boas surpresas a todos aqueles que se dedicam e ficam olhando para  o céu!


Fontes:
BAND, Terra, NASA,



Um comentário:

  1. Parabéns a equipe e aos professores que incentivaram essa conquista. Quisera eu ter tido professores assim. Parabéns mais uma vez.

    ResponderExcluir

Os comentários são avaliados antes de aparecerem no blog.
Lembre-se de incluir seu nome ao registrar um comentário.
Caso não possua conta do google, pode escrever como "anônimo" no campo abaixo.