Tiangong-1 cai sobre o pacífico sul

Conforme esperado, a estação espacial Tiangong-1 praticamente se desintegrou ao reingressar na atmosfera ao longo de uma trajetória rumo sudeste sobre o pacífico sul.

O evento ocorreu no domingo, dia 1°, próximo das 21h15 no horário de Brasília.

Ao lado uma foto de radar de sábado. Confira os detalhes dessa queda descontrolada  - e saiba que não será a última a ocorrer...

O que sabe sobre a queda?
Especialistas dos EUA no Comando de Forças Espaciais Conjuntas disseram ter usado tecnologia de análise de órbita para confirmar a reentrada da Tiangong-1 na atmosfera terrestre.

Houve dificuldades, no entanto, para prever exatamente onde sua reentrada ocorreria - e, pouco antes da hora, a agência espacial chinesa sugeriu erroneamente que seria perto de São Paulo, no Brasil.

 As autoridades espaciais têm dado a indicação bastante vaga "acima do Pacífico Sul" sobre o local da queda. o astrônomo Jonathan McDowell, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, postou que a estação, na verdade, parece ter caído a noroeste da ilha de Taiti, na Polinésia Francesa. (imagem ao lado).

A Agência Espacial Europeia também havia previsto que ela provavelmente se desintegraria sobre o mar, que cobre grande parte da superfície da Terra. E que as chances de alguém ser atingido por fragmentos eram "10 milhões de vezes menores do que a de ser atingido por um raio, anualmente".

Não está claro quantos destroços atingiram intactos a superfície terrestre ou se de fato isso ocorreu.

A CNN publicou uma animação com as informações que haviam disponíveis até a manhã deste domingo. Está em inglês mas é facil de entender.



Por que o laboratório espacial caiu assim?
A estação Tiangong foi lançada em 2011 e em 2013 começou a apresentar problemas. Duas missões tripuladas levaram astronautas chineses até a sonda (incluindo as duas primeiras mulheres chinesas a ir para o espaço), cujos esforços na correção dos problemas não surtiram efeito.

Em 2016 o contato com a sonda de 10 metros de comprimento e 8 toneladas foi perdido, impossibilitando sua retirada de órbita de forma planejada.

Usualmente sondas em fase terminal são dirigidas por seus propulsores a uma zona remota sobre o Oceano Antártico.

Treze agências espaciais, sob a liderança da Agência Espacial Europeia, usaram observações ópticas e de radar para seguir o caminho de Tiangong ao redor do mundo desde então.

O video a seguir é da ESA (Agência Espacial Europeia) e ilustra como é realizado o monitoramento de detritos espaciais que orbitam a Terra:
 

Este é o maior objeto espacial a cair do céu?

Tiangong-1 certamente era considerada de grande porte para objetos de reentrada descontrolados, mas estava longe de ser o maior, historicamente. O astrofísico Jonathan McDowell estima que ele seja apenas o 50º nessa lista.

O Skylab da agência espacial norte-americana é um dos exemplos apontados como maiores. Ele tinha quase 80 toneladas em massa quando voltou parcialmente descontrolado em 1979. As peças atingiram a Austrália Ocidental, mas ninguém no solo ficou ferido.

Outro caso de objeto de grande porte classificado como de reentrada descontrolada é o do ônibus espacial da Nasa, o Columbia. Sua massa era superior a 100 toneladas quando fez seu trágico retorno da órbita em 2003. No episódio, houve a destruição total da estrutura e toda a tripulação, composta por sete astronautas, acabou morrendo. Ninguém no solo, porém, foi atingido pelos destroços - espalhados pelos estados americanos do Texas e da Louisiana.



É esperado que ao término de sua missão, o telescópio espacial Hubble também tenha o mesmo fim da sonda Tiangong-1.

Fontes:

BBC, ESA, The Guardian, Space