Depois de passarem pouco mais de 1 ano estudando a Lua, as sondas gêmeas Ebb e Flow (na foto abaixo), encerraram sua missão na segunda, dia 17/12.
O objetivo da missão batizada de GRAIL (a sigla em inglês que corresponde a Laboratório Interior e de Recuperação de Gravidade) foi conhecer melhor a estrutura interna da Lua. Para isso, as duas sondas carregavam instrumentos capazes de analizar as pequenas variações do campo gravitacional desse astro enquanto o orbitavam.
Elas foram lançadas em setembro de 2011 e desde então nos enviaram informações (dados e imagens) que nos permitiram conhecer melhor nossa "filha" (sim, a Lua é filha da Terra!).
O término da missão será marcado com a colisao desses astros com uma montanha localizada no pólo norte de nosso único satélite natural.
Já sabem para qual cantinho do céu eu ficarei olhando segunda a noite ne? Quer saber onde ele fica?
O evento ocorrerá proximo das 20:28 dessa segunda, dia 17 (5:28 p.m. EST ou 22:58 GMT) , e será complicado observa-lo por dois motivos: estamos na lua crescente, o que deixa o local do impacto muito escuro. Além disso, as sondas são muito pequenas (menores que uma pessoa, como mostra a imagem ao lado - clique nela para amplia-la) e não carregam combustíveis inflamáveis, que produziriam algum tipo de explosão ou clarão visto a distância.
Essa missão custou quase 500 milhõesde dólares e teve início em setembro de 2011 quando as sondas foram lançadas por um foguete delta II (a nova geração de foguetes espaciais, que lavará o homem a Marte até 2020). As sondas viajavam sempre juntas, a uma distância bem definida uma da outra. Porem, ao sentirem alterações gravitacionais da Lua (quando sobrevoavam regiões mais densas, por exemplo), a força gravitacional dessa massa lunar adicional provocava uma aceleração da sonda que está na frente, primeiro, e depois da outra, alterando momentaneamente a distância entre as duas. A partir dessa separação foi possível criar um mapa da superfície lunar e das alterações em seu campo gravitacional. - esse é o mapa indicado na parte inferior direita da imagem acima.
Através dele é possível observar que a superfície lunar possui fraturas bem mais profundas do que se pensava. Como as fraturas são criadas pelo impacto de asteróides, cujos sinais estão por toda a superfície da Lua, os demais planetas rochosos podem também possuir fissuras assim, que eventualmente chegam até o núcleo desses astros!
A missão terminará com o impacto dessas sondas numa cratera no polo norte da Lua ( latitude 75.62º N e longitude 26.63 º E), que ocorrerão com um intervalo de 20s entre eles e cada sonda atingirá o solo lunar com uma velocidade de 6.050km/h! Os astrônomos querem analisar (daqui da Terra) a poeira levantada e assim determinar que tipo de material encontra-se abaixo da superfície lunar. A NASA preparou uma animação desse evento:
Curiosidades
Os nomes Ebb e Flow foram escolhidos para as sondas GRAIL-A e GRAIL-B por crianças da rede pública de ensino de todo os Estados Unidos.
Esta não é a primeira vez que uma sonda se choca contra a Lua. Em junho de 2009 a sonda japonesa Kaguya impactou contra o hemisfério sul do nosso satélite e em outubro do mesmo ano foi a vez da nave estadunidense LCROSS fazer o mesmo. Antes disso, em setembro de 2006 a nave europeia Smart-1 também fez o mesmo, atingindo uma cratera de 150 km de diâmetro, localizada no hemisfério sul da Lua.
Várias missões anteriores que levaram sondas para a Lua deixaram alguns vestígios por lá. Abaixo está uma mapa que indica onde todos esses artefatos estão localizados desde que foram enviados para lá, em 1959.
Links para esse post: Revista Veja, Jornal Estadão, do portal SPACE: fotos da missão, sobre a queda das sondas e infográficos.
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