Kepler-186f é o nome do planeta que mais se parece com a Terra! Suas características físicas e astronômicas o colocam no topo da lista dos exoplanetas com condições para abrigar vida!
Essa descoberta história foi anunciada nessa tarde pela equipe de cientistas da NASA depois do grande suspense que a agência vinha fazendo desde o inicio do mês. Ao lado uma ilustração artística de como esse primo distante da Terra pode parecer.
Essa é mais uma descoberta histórica que estamos vivenciando (aliás, esse ano está "bombando" delas ein!). Divulgo nesse post os detalhes desse momento para você não ficar de fora...
O grande anúncio
Astrônomos da NASA anunciaram nessa tarde a descoberta de um planeta com dimensões físicas e condições muito parecidas com a Terra, a 490 anos-luz de nós. Essa foi a primeira vez que um planeta do tamanho do nosso foi identificado numa região considerada habitável de sua estrela - e pelo que a luz de sua atmosfera indica, ele pode conter água no estado líquido.
Devido a esse conjunto de fatores, o batizado Kepler-186f, o 5º planeta que orbita a estrela Kepler-186, entra para o topo da lista de planetas com chances de sustentar vida identificamos até agora.
Isso não quer dizer que exista vida nesse planeta (ou que ele se pareça com a ilustração do início desse post)... a descoberta apenas confirma a existência de planetas com as dimensões e características da Terra orbitando outras estrelas, especialmente em suas regiões habitáveis - é isso o que torna essa descoberta histórica.
Kepler-186f
A ilustração ao lado revela o sistema planetário situado a 490 anos-Luz ao redor da estrela Kepler-186. Ela é uma pequena estrela do tipo M, uma anã vermelha, com metade do tamanho do Sol.. Estrelas desse tipo tão muito comuns em nossa galáxia: estima-se que 70% das estrelas que observamos no céu sejam do tipo M.
Até agora 5 planetas foram encontrados ao redor dessa estrela: os 4 primeiros (chamados de Kleper-186 "b", "c", "d" e "e") são pelo menos 1,5 vezes maior que e a Terra - com esse tamanho suas atmosferas poderiam estar cheias de hidrogênio e Hélio, se assemelhando a planetas gasosos, e não à Terra , rica em oxigênio e nitrogênio. Além disso, estão muito muito próximos a sua estrela (como mostra a ilustração), o que os torna muito quentes. Devido a essa proximidade a essa estrela, estão fora da região habitável dela, indicada pela faixa verde na ilustração. Essas duas condições (tamanho e proximidade da estrela) os tiram das condições ideais para sustentar vida.
A região habitável de uma estrela varia de acordo com o tamanho dela: estrelas menores são mais frias, e por isso suas regiões habitáveis estão mais próximas delas; estrelas grandes são bem mais quentes, o que distancia sua região habitável. O Sol é uma estrela "média pequena" (tecnicamente do tipo O) e sua região habitável, como mostra a figura acima, estende-se de pouco além da órbita de Vênus (região "mais quente") até quase a orbita de Marte (região "mais fria") - a Terra está bem no meio dessa faixa e isso é um dos fatores que a permitem sustentar vida.
Kepler-186f, o 5º planeta recém descoberto ao redor da estrela Kepler-186, é apenas 10% maior que a Terra (1,11 vezes o tamanho de nosso planeta). Na ilustração acima, ele está destacado, sendo comparado com a Terra. Sua órbita seria o equivalente a órbita de Mercúrio: está a (apenas) 52,4 milhões de Km de sua estrela (a distância Terra-Sol é quase 3 vezes esse valor), e leva pouco mais de 130 dias terrestre para dar uma volta completa em sua estrela (ou seja: 1 ano lá equivalem a pouco mais de 4 meses nossos). Ainda sim, como a estrela que ele orbita é menor que o Sol, ele está dentro da região habitável dela (conforme expliquei no paragrafo anterior).
Ao lado um quadro comparativo (fonte: portal SPACE) entre o Kleper-186f e a Terra - clique na imagem para amplia-la e ver os detalhes, que apesar de estarem em inglês, são de fácil compreensão Apesar da comparação aparente, ele não é um gêmeo de nosso planeta - nem mesmo um irmão (por estar ao redor de uma outra estrela...). Talvez um primo (distante - situado a 490 anos-luz). Contudo, a posição que ele ocupa ao redor de sua estrela sugere que ele pode conter água no estado líquido em sua superfície, elemento fundamental para a vida. Apesar da grande possibilidade que essa descoberta nos revela, a existência de água líquida ainda é incerta: cientistas apenas especulam que ele seja rochoso (como mostra o infografico) e que possa ter água no estado líquido. Por isso o estudo sobre ele deve continuar a fim de se determinar sua composição química e então podermos imaginar de forma mais coerente o que (ou quem sabe, até quem) existe por lá.
A equipe
"Kepler 186f é o primeiro planeta do tamanho da Terra encontrado na região habitável de uma outra estrela", disse a chefe da pesquisa Elisa Quintana, pesquisadora do instituto SETI e da NASA. Divulgo abaixo uma entrevista dela feita pelo canal de divulgação científica da NASA. Apesar de em inglês, é de fácil compressão - destaco didaticamente o momento final do vídeo, onde a real fotografia da estrela é exibida (o planeta não é observado diretamente, mas sim percebido quando passa pela frente dela):
Viu só? as imagens do final do vídeo revelam a dificuldade em detectar planetas ao redor de estrelas distantes: são quase imperceptíveis, e são só detectados devido a pequenas oscilações no brilho e na posição dessas estrelas. Por isso, é difícil de afirmar que Kepler-186f seja realmente rochoso como a Terra ou que possua elementos fundamentais a vida: o que foi descoberto até agora é que ele é um grande candidato a ter condições favoráveis a abrigar vida.
De qualquer forma, ele é o melhor exoplaneta potencialmente habitável (com chances reais de sustentar vida) que já encontramos. É apenas uma questão de tempo para encontrar a tão procurada outra Terra.
Faço minhas as palavras que a astrofísica caçadora de exoplanetas Sara Seager disse ao portal Space: "É simplesmente incrível vivermos numa época onde encontrar planetas potencialmente habitáveis seja comum, através de uma técnica tão simples de se olhar para as estrelas".
Faço minhas as palavras que a astrofísica caçadora de exoplanetas Sara Seager disse ao portal Space: "É simplesmente incrível vivermos numa época onde encontrar planetas potencialmente habitáveis seja comum, através de uma técnica tão simples de se olhar para as estrelas".
Adendo: Olhando para o céu
Acho que já deu para entender que esse planeta está bem longe de nós ne? Afinal, 490 anos-Luz em quilômetros é algo próximo ao numero 46 seguido por 14 zeros! (milhões de trilhões de quilômetros...).
Para responder a pergunta que todos fazemos - ONDE ELE ESTA - divulgo o vídeo abaixo. É uma animação da NASA que indica a região do céu que o telescópio Kepler observa constante e atentamente. É a região da constelação do Cisne, que é visível daqui do hemisfério sul. As estrelas apontadas no vídeo são facilmente identificadas no céu noturno, na direção norte (eu as observo da janela do meu quarto). Assim como o Kepler-186f já foram identificados nessa região mais de 1000 outros planetas ao redor das estrelas que estão ali. Assista ao vídeo para que você também possa contempla-lo quando estiver olhando para o céu:
Isso é muito interessante prof.Minha mãe disse q se la tiver vida talvez nós moraremos lá.
ResponderExcluirOi Renata!
Excluirnão se esqueça de nada então, pois a viagem até lá é beeeemmmmm longa!!!
rsrsrs
Rafa P. 5 ano B
ResponderExcluirFábio,
Eu não sabia que a Terra tinha uma irmã, adorei saber disso!! Obrigada!!!
Adorei seu Blog!
Professor Fábio,
ResponderExcluirEntão se o mundo acabar a Terra poderemos viver no Kepler-186f?
Sócrates e Fernanda