Talvez seja essa a aventura do asteroide Oumuamua, identificado pelos astrônomos como o primeiro objeto de fora do sistema solar!
Este objeto carrega consigo inúmeras perguntas sobre o universo, e algumas coincidências com a ficção científica. Quer conhecê-lo? Quem sabe quais perguntas esse incrível objeto possa responder....
Jornada nas Estrelas
Essa foi a minha impressão quando vi as notícias sobre nosso visitante: Observações feitas no Chile, com o Very Large Telescope do ESO, e em outros observatórios do mundo mostraram que este objeto é diferente de todos os demais objetos conhecidos.
Sua trajetória indica que viaja no espaço há milhões de anos. O objeto parece ser vermelho escuro e extremamente alongado, metálico ou rochoso, nada parecido com o que encontramos normalmente no Sistema Solar.
Essa é a primeira vez que astrônomos podem estudar um asteroide que entrou no Sistema Solar vindo do espaço interestelar. Estima-se que, por ano, um asteroide interestelar semelhante ao ‘Oumuamua passe através do Sistema Solar interior, no entanto como estes objetos são fracos e difíceis de detectar nunca haviam sido observados até agora.
“Por décadas especulamos sobre a existência de objetos interestelares e agora, pela primeira vez, temos evidência direta de que eles existem”, afirmou Thomas Zurbuchen, do Diretório de Missões Científicas da NASA em Washington, em comunicado. “Essa descoberta histórica está abrindo uma nova janela no estudo da formação de sistemas solares além do nosso próprio.”
O viajante interestelar foi descoberto por Rob Weryk, um pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Astronomia do Hawai, coautor da publicação da revista Nature, em 20 de novembro.
Essa foi a minha impressão quando vi as notícias sobre nosso visitante: Observações feitas no Chile, com o Very Large Telescope do ESO, e em outros observatórios do mundo mostraram que este objeto é diferente de todos os demais objetos conhecidos.
Sua trajetória indica que viaja no espaço há milhões de anos. O objeto parece ser vermelho escuro e extremamente alongado, metálico ou rochoso, nada parecido com o que encontramos normalmente no Sistema Solar.
Essa é a primeira vez que astrônomos podem estudar um asteroide que entrou no Sistema Solar vindo do espaço interestelar. Estima-se que, por ano, um asteroide interestelar semelhante ao ‘Oumuamua passe através do Sistema Solar interior, no entanto como estes objetos são fracos e difíceis de detectar nunca haviam sido observados até agora.
“Por décadas especulamos sobre a existência de objetos interestelares e agora, pela primeira vez, temos evidência direta de que eles existem”, afirmou Thomas Zurbuchen, do Diretório de Missões Científicas da NASA em Washington, em comunicado. “Essa descoberta histórica está abrindo uma nova janela no estudo da formação de sistemas solares além do nosso próprio.”
O viajante interestelar foi descoberto por Rob Weryk, um pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Astronomia do Hawai, coautor da publicação da revista Nature, em 20 de novembro.
A descoberta
Um fraco ponto de luz deslocando-se no céu foi registrado em 19 de outubro pelo telescópio Pan-STARRS no Hawai (na imagem ao lado). Inicialmente parecia ser um asteroide comum, pequeno e rápido. Porém, as observações seguintes permitiram calcular a sua órbita de modo bastante preciso, o que revelou, sem sombra de dúvidas, que se tratava de um objeto que vinha do espaço interestelar, e não do interior do Sistema Solar, como todos os outros asteroides ou cometas observados até hoje.
Ao lado, uma representação de sua trajetória. Cálculos preliminares da sua órbita sugerem que o objeto tenha vindo da direção aproximada da estrela brilhante Vega, na constelação boreal da Lira. No entanto, mesmo viajando à velocidade aproximada de 95 000 km/hora, demorou tanto tempo para chegar ao nosso Sistema Solar, que Vega já não se encontra na posição que ocupava quando o asteroide partiu de lá, há cerca de 300 mil anos atrás.
O ‘Oumuamua deve ter vagado pela Via Láctea sem ligação a nenhum sistema estelar durante centenas de milhões de anos até seu encontro casual com o nosso Sistema Solar.
Classificação
Inicialmente o objeto havia sido classificado na categoria de cometa, objetos originários de regiões muito distantes ao redor do sistema solar (o cinturão de Kuiper). Mas as observações obtidas pelo ESO e por outros observatórios não revelaram sinais de atividade cometaria após a sua passagem próxima ao Sol em Setembro. Por isso o objeto foi reclassificado em nova classe para objetos celestes, os asteroide interestelar, e foi batizado pela IAU (União Internacional de Astronomia) como 1I/2017 U1 Oumuamua, que na cultura havaiana, significa o "primeiro mensageiro que vem de longe".
“Tivemos que agir muito rapidamente,” explica o membro da equipe Olivier Hainaut do ESO, em Garching, Alemanha. “O ‘Oumuamua já tinha passado o ponto da sua órbita mais próximo do Sol e dirigia-se para o espaço interestelar.” Por isso, o Very Large Telescope do ESO foi imediatamente convocado para medir a órbita do objeto, sua cor e seu brilho com mais precisão do que a obtida por telescópios menores. A rapidez nesta ação era crucial, uma vez que o ‘Oumuamua desaparecia rapidamente no céu, afastando-se do Sol e da Terra, no seu percurso para fora do Sistema Solar. De acordo com a NASA, este objeto encontra-se atualmente a 200 milhões de quilômetros da Terra, e afasta-se com a incrível velocidade relativa ao Sol de 137 900 km/h!
Dados e ... mais surpresas!
O video acima ilustra algumas delas: combinando as imagens do espectômetro montado no VLT — FORS, com 4 filtros diferentes — com as imagens obtidas por outros grandes telescópios, a equipe de astrônomos liderada por Karen Meech (Institute for Astronomy, Hawai, EUA) descobriu que o ‘Oumuamua varia em brilho de um fator 10, à medida que gira em torno do seu eixo a cada 7,3 horas.
Essas alterações de brilho, inclusive, foram a chave para a descoberta do formato desse asteroide. A astrônoma explica que “esta variação em brilho estranhamente elevada revela que o objeto é extremamente alongado: cerca de 10 vezes mais comprido do que largo, com uma forma complexa. Descobrimos também que apresenta uma cor vermelha escura, semelhante aos objetos no Sistema Solar externo, e confirmamos que é completamente inerte, sem o menor traço de poeira ao seu redor.”
Destaca também que "estes propriedades sugerem que o ‘Oumuamua é denso, possivelmente rochoso ou com um conteúdo metálico elevado, sem quantidades significativas de água ou gelo, e que a sua superfície é escura e vermelha devido aos efeitos de irradiação por parte de raios cósmicos ao longo de muitos milhões de anos. Estima-se que tenha pelo menos 400 metros de comprimento.
Na ficção: RAMA
Curiosamente, situação similar foi descrita pelo autor de ficção científica Arthur C. Clarke, em sua série de 4 livros chamados de RAMA. Suas obras narram a detecção de um objeto muito grande e com formato alongado, parecido com o Oumuamua, que se dirige rumo a Terra a grande velocidade. Coincidência? Recomendo a leitura para ajudar a responder essa questão...
Links para os livros:
A série Rama é composta de 4 livros, o primeiro deles é "Encontro com Rama", escrito em 1972, vencedor dos prêmio Hugo e Nebula daquele ano como o melhor livro de ficção científica. Mais de duas décadas depois, Arthur C. Clarke se uniria a Gentry Lee para escrever três seqüências do livro: O Enigma de Rama (1989), o Jardim de Rama (1991) e a Revelação de Rama. O ator Morgan Freeman já divulgou intenções em fazer um filme com a série.
A história começa em 2077 quando um asteroide cai no continente europeu, resultando em milhares de mortes e muita destruição. Os líderes mundiais decidem criar uma "Guarda Espacial" para detectar esses objetos à tempo e evitar que novas catástrofes aconteçam.
Cerca de 50 anos depois, um objeto gigantesco e de comportamento misterioso é descoberto. Este é batizado de Rama. Logo descobre-se que o suposto asteróide é na verdade uma enorme nave alienígena, um cilindro medindo cerca de 50 quilômetros de comprimento. Com um misto de medo e curiosidade, divididos entre os que pregam a defesa da Terra com um ataque imediato e os mais cautelosos, um grupo formado por militares e cientistas é enviado para explorar o enorme artefato. Lá descobrem um mundo repleto de construções misteriosas.
Clique aqui para saber mais detalhes sobre as obras.
Longa Jornada
O telescópio espacial Hubble e o telescópio espacial Spitzer da NASA, continuaram a vigiar 'Oumuamua enquanto se dirige para o sistema solar externo, na tentativa de aprender mais sobre esse objeto estranho.
“Continuamos observando este objeto único,” conclui. “E esperamos determinar com mais exatidão de onde ele veio e para onde ele irá na sua próxima volta na Galáxia. E agora que descobrimos a primeira rocha interestelar, estamos prontos para as seguintes!”
O ‘Oumuamua deve ter vagado pela Via Láctea sem ligação a nenhum sistema estelar durante centenas de milhões de anos até seu encontro casual com o nosso Sistema Solar.
Classificação
Inicialmente o objeto havia sido classificado na categoria de cometa, objetos originários de regiões muito distantes ao redor do sistema solar (o cinturão de Kuiper). Mas as observações obtidas pelo ESO e por outros observatórios não revelaram sinais de atividade cometaria após a sua passagem próxima ao Sol em Setembro. Por isso o objeto foi reclassificado em nova classe para objetos celestes, os asteroide interestelar, e foi batizado pela IAU (União Internacional de Astronomia) como 1I/2017 U1 Oumuamua, que na cultura havaiana, significa o "primeiro mensageiro que vem de longe".
“Tivemos que agir muito rapidamente,” explica o membro da equipe Olivier Hainaut do ESO, em Garching, Alemanha. “O ‘Oumuamua já tinha passado o ponto da sua órbita mais próximo do Sol e dirigia-se para o espaço interestelar.” Por isso, o Very Large Telescope do ESO foi imediatamente convocado para medir a órbita do objeto, sua cor e seu brilho com mais precisão do que a obtida por telescópios menores. A rapidez nesta ação era crucial, uma vez que o ‘Oumuamua desaparecia rapidamente no céu, afastando-se do Sol e da Terra, no seu percurso para fora do Sistema Solar. De acordo com a NASA, este objeto encontra-se atualmente a 200 milhões de quilômetros da Terra, e afasta-se com a incrível velocidade relativa ao Sol de 137 900 km/h!
Dados e ... mais surpresas!
O video acima ilustra algumas delas: combinando as imagens do espectômetro montado no VLT — FORS, com 4 filtros diferentes — com as imagens obtidas por outros grandes telescópios, a equipe de astrônomos liderada por Karen Meech (Institute for Astronomy, Hawai, EUA) descobriu que o ‘Oumuamua varia em brilho de um fator 10, à medida que gira em torno do seu eixo a cada 7,3 horas.
Essas alterações de brilho, inclusive, foram a chave para a descoberta do formato desse asteroide. A astrônoma explica que “esta variação em brilho estranhamente elevada revela que o objeto é extremamente alongado: cerca de 10 vezes mais comprido do que largo, com uma forma complexa. Descobrimos também que apresenta uma cor vermelha escura, semelhante aos objetos no Sistema Solar externo, e confirmamos que é completamente inerte, sem o menor traço de poeira ao seu redor.”
Destaca também que "estes propriedades sugerem que o ‘Oumuamua é denso, possivelmente rochoso ou com um conteúdo metálico elevado, sem quantidades significativas de água ou gelo, e que a sua superfície é escura e vermelha devido aos efeitos de irradiação por parte de raios cósmicos ao longo de muitos milhões de anos. Estima-se que tenha pelo menos 400 metros de comprimento.
Na ficção: RAMA
Curiosamente, situação similar foi descrita pelo autor de ficção científica Arthur C. Clarke, em sua série de 4 livros chamados de RAMA. Suas obras narram a detecção de um objeto muito grande e com formato alongado, parecido com o Oumuamua, que se dirige rumo a Terra a grande velocidade. Coincidência? Recomendo a leitura para ajudar a responder essa questão...
Links para os livros:
A série Rama é composta de 4 livros, o primeiro deles é "Encontro com Rama", escrito em 1972, vencedor dos prêmio Hugo e Nebula daquele ano como o melhor livro de ficção científica. Mais de duas décadas depois, Arthur C. Clarke se uniria a Gentry Lee para escrever três seqüências do livro: O Enigma de Rama (1989), o Jardim de Rama (1991) e a Revelação de Rama. O ator Morgan Freeman já divulgou intenções em fazer um filme com a série.
A história começa em 2077 quando um asteroide cai no continente europeu, resultando em milhares de mortes e muita destruição. Os líderes mundiais decidem criar uma "Guarda Espacial" para detectar esses objetos à tempo e evitar que novas catástrofes aconteçam.
Cerca de 50 anos depois, um objeto gigantesco e de comportamento misterioso é descoberto. Este é batizado de Rama. Logo descobre-se que o suposto asteróide é na verdade uma enorme nave alienígena, um cilindro medindo cerca de 50 quilômetros de comprimento. Com um misto de medo e curiosidade, divididos entre os que pregam a defesa da Terra com um ataque imediato e os mais cautelosos, um grupo formado por militares e cientistas é enviado para explorar o enorme artefato. Lá descobrem um mundo repleto de construções misteriosas.
Clique aqui para saber mais detalhes sobre as obras.
Longa Jornada
O telescópio espacial Hubble e o telescópio espacial Spitzer da NASA, continuaram a vigiar 'Oumuamua enquanto se dirige para o sistema solar externo, na tentativa de aprender mais sobre esse objeto estranho.
“Continuamos observando este objeto único,” conclui. “E esperamos determinar com mais exatidão de onde ele veio e para onde ele irá na sua próxima volta na Galáxia. E agora que descobrimos a primeira rocha interestelar, estamos prontos para as seguintes!”
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