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terça-feira, 19 de março de 2019

Marcelo Gleiser laureado com prêmio Templeton

Marcelo Gleiser foi anunciado hoje como laureado do prêmio Templeton, o "Nobel da espiritualidade".

É um grande orgulho e fonte de inspiração ter um brasileiro como ícone da ciência mundial, em especial na área da Física e Astronomia.



Veja nessa publicação os detalhes dessa homenagem.


Foi com grande alegria que ouvi esta notícia durante o almoço desta terça: Marcelo Gleiser foi laureado com um dos maiores prêmios internacionais em reconhecimento ao seu trabalho de integração da ciência e espiritualidade. Ele foi anunciado hoje como o ganhadordo Prêmio Templeton de 2019.

Este anúncio foi um grande presente de aniversário para Gleiser, que aos 60 anos, diz já ter sido informado sobre a premiação em dezembro de 2018. A fundação responsável pelo prêmio pediu sigilo a ele até o anuncio de hoje.

A premiação
O Prêmio Templeton, no valor de 1,1 milhão de libras esterlinas (5 milhões de reais), é um dos maiores prêmios anuais individuais do mundo e homenageia uma pessoa que fez uma contribuição excepcional para afirmar a dimensão espiritual da vida, seja por insights, descoberta ou trabalhos práticos.

O anúncio foi feito hoje pela John Templeton Foundation, com sede em West Conshohocken, Pensilvânia. Em 29 de maio, Marcelo Gleiser receberá formalmente o Prêmio Templeton em uma cerimônia no Auditório Grace Rainey Rogers do Metropolitan Museum of Art, em Nova York.


Assista ao video "A invegável alegria pela exploração" que formalizou a divulgação do prêmio:




Ele se junta a um grupo de 48 recebedores do Prêmio, incluindo Madre Teresa, que recebeu o prêmio inaugural em 1973, o Dalai Lama (2012) e o Arcebispo Desmond Tutu (2013).

Em entrevista à Folha, Gleiser afirma ser uma "honra enorme" receber essa premiação e está tranquilo. Apesar de receber críticas de cientistas de diversas áreas por seu trabalho (aliás, como grande parte dos cienticas que se destacam) afirma ser "uma voz que celebra a pluralidade do conhecimento".

Marcelo Gleiser é físico teórico e cosmólogo e um dos principais defensores da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade humana de abraçar o mistério e o desconhecido.

Gleiser afirma que "a ciência é a melhor metodologia que existe para descrever a realidade do mundo físico, mas existem outras formas de se relacionar com o mundo que não podem ser desprezadas. Eu sempre convido as pessoas a conversar comigo sobre isso".

Apesar de haver pessoas que olham para esse tipo de assunto com os óculos de alguma religião, Gleiser, que se define como agnóstico, enxerga as coisas com outros olhos e muita humildade - e talvez seja por isso que ganha tanto reconhecimento. "no fundo eu considero o ateísmo inconsistente com o método científico, por ser uma espécie de crença na não crença", observou ele em uma entrevista em 2018 na Revista Scientific American.

"Eu não vejo nenhuma evidência que possa comprovar a existência de Deus, mas também não acho que seja possível descartá-la. É preciso manter a cabeça aberta porque a gente não conhece suficiente o Universo".

Em seus livros (14 até agora), Marcelo Gleiser demonstra que a ciência e as religiões tentam responder a perguntas muito similares sobre a origem do universo e da vida, e diz manter a "mente aberta" porque entende que "o conhecimento humano é limitado". "Devemos ter a humildade para aceitar que estamos rodeados de mistério."

"O caminho para a compreensão e a exploração científica não é apenas sobre a parte material do mundo, mas também é uma parte espiritual do mundo".  disse o professor no vídeo de divulgação do Prêmio. “Minha missão é trazer de volta para a ciência,e para as pessoas interessadas na ciência, esse apego ao misterioso, para fazer as pessoas entenderem que a ciência é apenas mais uma maneira de nos envolvermos com o mistério de quem somos".

“O trabalho do professor Gleiser exibe uma inegável alegria pela exploração. Ele mantém a mesma sensação de maravilhamento contemplativo que experimentou pela primeira vez quando criança na praia de Copacabana, contemplando o horizonte ou o céu noturno estrelado, curioso sobre o que está além”, disse Heather Templeton Dill, atual presidente da John Templeton Foundation e neta do fundador desta entidade. “Como ele escreve em A Ilha do Conhecimento, “Maravilhamento e contemplação são a ponte entre o nosso passado e presente, e o que nos propele em direção ao futuro enquanto continuamos a procurar".


Sobre Gleiser
Marcelo Gleiser nasceu no Rio de Janeiro em uma família influente na comunidade judaica e recebeu uma educação conservadora em escola hebraica. Ele começou a faculdade de engenharia química, mas logo mudou para a física, formando-se bacharel pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1981. Obteve o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o doutorado no King's College da Universidade de Londres, Reino Unido.

Realizou pesquisas de pós-doutorado no Fermilab e na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos EUA. Publicou mais de 80 artigos científicos. É, membro da Sociedade de Física Americana e da Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida.

Entre seus livros estão: "A Dança do Universo" (1997), Prêmio Jabuti de 1998; "O Fim da Terra e do Céu: o Apocalipse na Ciência e na Religião" (2001), Prêmio Jabuti de 2002; "Micro Macro: Reflexões sobre o Homem, o Tempo e o Espaço" (2006); e "A Harmonia do Mundo" (2006).


Gleiser e sua esposa Kari Amber Gleiser, psicóloga especializada em trauma, são atletas de nível internacional em “corridas Espartanas” (Spartan races) -corridas de longas distâncias com bstáculos –e ultramaratonas, que ele descreve como integrações meditativas da mente e do corpo no vasto mundo da natureza. 

Atualmente reside nos Estados Unidos desde 1986, onde teve cinco filhos. É  professor de filosofia natural e professor de física e astronomia do Dartmouth College, onde leciona desde 1991.

 



Fonte:
Folha, Templeton Prize

Um comentário:

  1. Acredito que é um grande avanço manter a mente aberta para a ciência e religiosidade no mundo atual onde se fala tanto em diversidade em diferentes temas.

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