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quinta-feira, 5 de março de 2020

Fotos da recém descoberta "quase lua" da Terra

Astrônomos identificaram um novo objeto orbitando a Terra: é uma "quase Lua" que foi capturada pela gravidade de nosso planeta.

O Objeto, batizado e 2020 CD₃, está ha 3 anos acompanhando a Terra, e em breve deverá "dar um passeio" ao redor do Sol, e somente em 2028 voltará a nos acompanhar....

Compreenda os detalhes desse fenômeno nesta publicação.
O Centro para Planetas Menores da União Astronômica Internacional (IAU) divulgou na semana passada que há um pequeno objeto em órbita da Terra. Ele foi descoberto pelos astrônomos Theodore Pruyne e Kacper Wierzchos no telescópio do Observatório Mount Lemmon, perto da cidade de Tucson, Arizona, em 15 de fevereiro.
As observações subsequentes permitiram calcular a órbita desta "quase lua" e, em 25 de fevereiro, o Centro de Planetas Menores anunciou que o objeto celeste chamado 2020 CD 2020 estava orbitando a Terra durante os últimos 3 anos! 
A sequência de imagens a seguir ilustra a observação e detecção deste objeto:
Provavelmente, o asteroide 2020 CD3 já foi detectado antes, mas foi descartado pensando que era lixo espacial. Mas com o aumento dos dados observados, os astrônomos puderam comprovar que se tratava de um asteroide.

Apesar da empolgação sobre o fato, saiba que esse novo satélite natural nem se compara com a nossa conhecida Lua...

Primeiro porque, de acordo com as medidas feitas pelos astrofísicos, é uma "mini-lua" com cerca de seis metros de diâmetro - sim é beeemm pequena.
E segundo, porque pode não estar conosco por muito mais tempo. A imagem ao lado ilustra a trajetória da órbita desse objeto. Estima-se que até o final de abril, o 2020 CD3 acabe sendo atraído com mais intensidade pelo Sol, orbitando nossa estrela. Mas em 2028 pode voltar a passar um tempinho a mais conosco novamente.

Órbita caótica 
Dá para perceber pela imagem que o movimento desse objeto não é nem um pouco comportado...ele não se assemelha nem um pouco à trajetória circular e uniforme da Lua.  Sua órbita é muito mais caótica, com diferentes loops. Isso é demonstrado pelos diagramas de simulação apresentados por vários astrônomos.  Compare na ilustração abaixo a trajetória descrita por este objeto (em laranja) com a da Lua (em azul).



"Apesar de seu tamanho reduzido, possui um grande interesse teórico, pois confirma que esse tipo de captura temporária pode durar vários anos", observa o astrônomo  Carlos de la Fuente Marcos,  da  Universidade Complutense de Madri , que também analisou a órbita 2020 CD3. 

Embora os primeiros cálculos sobre o tempo em que este asteroide acompanha a Terra tenham apontado cerca de três anos , poderia ser algo mais: "Em nosso estudo, confirmamos [...] um valor ou duração da captura mais provável de quatro anos, [...] 
mas o intervalo seria de 2 a 8 anos com uma probabilidade maior que 66%. " , diz De la Fuente. "É difícil especificar exatamente quantos, devido à natureza caótica de sua evolução orbital. ”

O objeto 2020 CD₃ é essencialmente apenas um pequeno membro de uma classe de asteroides cujas órbitas cruzam a órbita da Terra . Ocasionalmente, eles se aproximam ou colidem com a Terra, mas, neste caso, uma colisão não teria sido uma catástrofe para nós, porque 2020 CD₃ é tão pequeno que teria se quebrado na atmosfera antes de atingir o solo.
Estudos sugerem que, a qualquer momento, é provável que a Terra seja acompanhada por pelo menos uma mini-lua temporária com mais de um metro de tamanho que faça pelo menos uma volta ao redor da Terra antes de escapar.

Nada disso permanece por muito tempo, porque a ação da Lua e do Sol tornam suas órbitas instáveis. Depois de capturados, eles normalmente orbitam a Terra por não mais do que alguns anos antes de se libertar para recuperar uma órbita independente sobre o Sol.


Difíceis de prever e identificar
As nossas "quase luas" são muito difíceis de serem identificadas por serem muito pequenas e refletirem pouca luz. 

Uma vez que uma mini-lua é descoberta, é impossível prever sua órbita porque corpos tão pequenos são empurrados pela radiação do Sol, e como sabemos muito pouco sobre seus tamanhos, formas e refletividade, torna-se impossível calcular o efeito resultante. 


Outras "quase luas" da Terra são asteroides cujo período orbital sobre o Sol atinge a média de um ano. Então, embora pareçam ter um relacionamento com a Terra, na verdade, eles estão apenas orbitando o Sol em companhia da Terra, mas independentemente dela. Este foi o caso do 2006 RH₁₂₀, que fez quatro voltas orbitais ao redor da Terra entre setembro de 2006 e junho de 2007 antes de prosseguir. A imagem ao lado ilustra a sua órbita. Falei dessa quase segunda Lua da terra nessa outra publicação na época. 

Portanto, embora o 2020 CD₃ seja uma nova descoberta interessante, não espere uma colisão catastrófica ou repentinamente achar uma nova lua no céu durante um passeio noturno. No entanto, durante um tempo, a Lua teve um companheiro no céu.

Fonte:
Agencia SIC, BBC, RawStory

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