Para começar bem o ano, escrevo esse post especialmente para meus pequenos astrônomos e jovens cientistas de plantão: para comprovar que olhar para o céu não tem idade... e nem para escrever sobre ele também!
O jovem francês de 15 anos Neil Ibata auxiliou seu pai, o astrônomo Rodrigo Ibata (ambos na foto ao lado), a compreender uma importante característica da nossa galáxia vizinha - Andrômeda - que contraria as teorias de formação de galáxias que temos até então.
Neil provavelmente é um dos “cientistas” mais jovens da história a assinar um trabalho na Nature - uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, na qual já foram publicadas descoberta importantes, como do DNA, do Boson de Higgs, e muitas outras na área de Física e astronomia, ente outras áreas.
Se você é (ou gostaria de ser) um jovem cientista, continue sua leitura para saber como pode contribuir com a pesquisa científica!
Nessa semana vários veículos de comunicação divulgaram a participação do jovem Neil Ibata, de apenas 15 anos, em um trabalho científico que foi divulgado na revista Nature sobre as propriedades orbitais das galáxias menores que orbitam a galáxia de Andrômeda (M-31), a galáxia gigante mais próximas de nós, situada a apenas 2,5 milhões de anos luz daqui!
Galáxias menores orbitam Andrômedra na forma de um grupo
Neil colaborou com a pesquisa do pai dele, o astrônomo Rodrigo Ibata, do Observatório Astronômico de Estrasburgo, na França, através de sua facilidade em "usar o computador". Ele criou um programa para analisar os dados que um grupo de astrônomos, dentre eles, seu pai, coletaram, e criou uma representação que previa o movimento orbital das galáxias menores que movem-se ao redor de Andrômeda.
É claro que para isso ele teve que aprender a "usar o computador" de uma forma bem diferente da que normalmente os jovens aprendem: com a orientação de seu pai, Neil percebeu que o computador é uma ferramente de aprendizagem, e não apenas um passa tempo ou um vídeo game mais sofisticado...
O pai trouxe o filho ao local onde trabalha para que ele fizesse um estágio sobre a linguagem de programação Python, que é muito utilizada por cientistas de diversas áreas para fazer simulações de dados numéricos. A imagem ao lado mostra o resultado de sua simulação: o ponto amarelo no centro é a galáxia Andrômeda. Os pontos vermelhos são outras galáxias menores que a orbitam, e que a simulação de Neil comprovou que estão alinhadas em um mesmo plano orbital (indicada pela linha vermelha) e giram sincronizadas em torno de seus próprios eixos. A descoberta mostra que as estruturas fazem parte de um conjunto e estão conectadas de algum modo, o que contraria as teorias atuais sobre formação de galáxias. "Eu estava esperando o oposto", afirmou Rodrigo Ibata, seu pai e astrônomo líder da pesquisa.
De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa Científica, da França, o jovem Neil foi o primeiro a colocar em evidência esse movimento ordenado, que forma um disco de galáxias anãs ao redor da galáxia de Andrômeda - e por isso mereceu participar da elaboração do artigo como co-autor do projeto! Clique aqui para ver o link de referência desse artigo publicado na revista Nature (em inglês). O artigo completo é só para assinantes da revista (um pena!).
O jornal francês Le Figaro, divulgou nessa reportagem um vídeo que mostra como a simulação de Neil permitiu a equipe do projeto a visualizar esse conjunto de objetos ao redor de Andrômeda. (o vídeo está em francês - claro! - mas dá para entender assistindo a animação que Neil desenvolveu).
O que devemos aprender com Neil?
Olhei com muita satisfação a colaboração do jovem Neil com o trabalho de seu pai. Primeiro por valorizar a família... atualmente (como sabemos) é muito raro um jovem de 15 anos se interessar pelo trabalho de seu pai. Por outro lado, é muito raro também um pai orientar um filho nessa idade e em seu local de trabalho e ser ouvido ... Rodrigo (o pai) soube canalizar o interesse de Neil por computadores, aproveitando a habilidade mostrada por seu filho para algo muito mais proveitoso e instrutivo - com o que ele aprendeu com seu pai, Neil pode fazer parte de um grupo seleto, pois poucos no mundo sabem desenvolver simulações como essas...
Como professor, parabenizo a proposta didática de Rodrigo e a atitude de Neil em aceitar a orientação do pai. Penso (e mostro aos meus alunos) que o computador é um grande aliado para a aprendizagem e que cabe a nós (adultos) mostrar aos pequenos como essa ferramenta pode ser incorporada ao processos de ensino e ser pedagogicamente melhor utilizada (e não apenas como um passa tempo como acontece em várias escolas por ai...).
Destaco ainda como é simples ajudar com a pesquisa científica: o universo da ciência precisa da colaboração de pessoas com habilidades variadas, desenvolvidas na maioria delas na infância. É por isso que devemos aprender a fazer ciência desde pequenos, brincando e aprendendo, como é feito no projeto FiBrA, onde pude aprender e ensinar física brincando, como fazia quando criança (e faço até hoje!).
Por isso, o primeiro passo que você jovem cientista (de todas as idades) deve dar é saber brincar! Pois é brincando que você realmente aprende a INVENTAR novas soluções e EXPERIMENTAR novas situações em sua vida, não é?
Além disso, uma pesquisa científica não dá para ser feita sozinha... brincar até que dá ne? Mas em uma pesquisa séria sempre é preciso dialogar com outras pessoas, seja para coler dados, ou para valida-los, ou mesmo para simplesmente tomar um café e trocar idéias - aliás, nas converas informais surgem muitas idéias importantes para as pesquisas científicas. (meus amigos não me deixam mentir sobre isso ...).
Termino desejando que Neil seja mais uma uma inspiração para algum jovem cientista que gostaria de fazer parte de algo grande, importante, mas não tem idéia de como. Ai vai minha dica: fale para as pessoas sobre o que você gosta de fazer e mostre a elas do que você é capaz.... Comece fazendo isso de brincadeira... Experimente! quem sabe até onde seus gostos (por computadores ou por bricnar de lego, por exemplo) podem te levar?
Por experiência própria, te garanto que você não vai acreditar....
Para pensar sobre as jornadas que cada um fará em sua vida, acho que cabe a frase do capitão Willian T. Kirk, da nava estelar Enterprise:
"...To boldly boing where no man has gone before"
(Audaciosamente indo onde ninguem jamais esteve)
Fontes pesquisadas para escrever esse post:
Revista Nature, Revista Veja, Portal Terra, Jornal Estadão, Jornal Le Figaro, NASA
Como professor, parabenizo a proposta didática de Rodrigo e a atitude de Neil em aceitar a orientação do pai. Penso (e mostro aos meus alunos) que o computador é um grande aliado para a aprendizagem e que cabe a nós (adultos) mostrar aos pequenos como essa ferramenta pode ser incorporada ao processos de ensino e ser pedagogicamente melhor utilizada (e não apenas como um passa tempo como acontece em várias escolas por ai...).
Destaco ainda como é simples ajudar com a pesquisa científica: o universo da ciência precisa da colaboração de pessoas com habilidades variadas, desenvolvidas na maioria delas na infância. É por isso que devemos aprender a fazer ciência desde pequenos, brincando e aprendendo, como é feito no projeto FiBrA, onde pude aprender e ensinar física brincando, como fazia quando criança (e faço até hoje!).
Por isso, o primeiro passo que você jovem cientista (de todas as idades) deve dar é saber brincar! Pois é brincando que você realmente aprende a INVENTAR novas soluções e EXPERIMENTAR novas situações em sua vida, não é?
Além disso, uma pesquisa científica não dá para ser feita sozinha... brincar até que dá ne? Mas em uma pesquisa séria sempre é preciso dialogar com outras pessoas, seja para coler dados, ou para valida-los, ou mesmo para simplesmente tomar um café e trocar idéias - aliás, nas converas informais surgem muitas idéias importantes para as pesquisas científicas. (meus amigos não me deixam mentir sobre isso ...).
Termino desejando que Neil seja mais uma uma inspiração para algum jovem cientista que gostaria de fazer parte de algo grande, importante, mas não tem idéia de como. Ai vai minha dica: fale para as pessoas sobre o que você gosta de fazer e mostre a elas do que você é capaz.... Comece fazendo isso de brincadeira... Experimente! quem sabe até onde seus gostos (por computadores ou por bricnar de lego, por exemplo) podem te levar?
Por experiência própria, te garanto que você não vai acreditar....
Para pensar sobre as jornadas que cada um fará em sua vida, acho que cabe a frase do capitão Willian T. Kirk, da nava estelar Enterprise:
"...To boldly boing where no man has gone before"
(Audaciosamente indo onde ninguem jamais esteve)
Fontes pesquisadas para escrever esse post:
Revista Nature, Revista Veja, Portal Terra, Jornal Estadão, Jornal Le Figaro, NASA
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