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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A Lunografia! (observe a Lua - mas saiba o que está vendo!)

Se você está acostumado a ficar olhando para o céu, certamente já passou alguns bons momentos admirando o astro mais próximo de nós: a Lua.

Fonte de inspiração para artistas e cientistas, a Lua talvez seja o primeiro objeto que aprendemos a observar no céu.

A foto ao lado ilustra um observador lunar, na sacada de seu prédio, em Madri, no mês passado. O efeito da Lua aparecer gigante na foto ocorre por ela estar perto do horizonte e atras de um prédio.

Observe a foto novamente: você sabe o que realmente está vendo quando olha para ela? Sabia que a Lua possui "mares"? Continue sua leitura e descubra mais sobre lunografia




Geografia, Lunografia!
A Lua é uma constante companheira do céu - caso não saiba disso, experimente olhar para o céu mais vezes, inclusive durante o dia... 

Originada da agregação dos destroços de uma colisão entre a Terra e outro planeta do tamanho de Marte (Teia),  ha aproximadamente 4 bilhões de anos atrás, a Lua guarda consigo informações importante sobra a sua formação e a da Terra. O esquema ao lado ilustra esse processo (clique na imagem para amplia-la).

A 4 bilhões de anos atras a própria Terra estava sendo formada. Naquela época, o sistema solar era um local muito violento, com detritos por toda parte... Por isso era comum ocorrerem impactos de meteoritos. É verdade que atualmente a quantidade de objetos ao nosso redor está reduzida se compararmos com aquela época, mas a história dessa época violenta está registrada na superfície da Lua, compondo seu relevo.

O estudo do relevo terrestre é destinado à geografia, pelo menos em ambiente escolar... o estudo do relevo lunar é destinado à Lunografia (entendeu??)

Observe a Lua  
O registro da foto ao lado talvez seja a imagem mais comum obtida ao se fotografar a Lua: o pessoal na foto observou o astro em abril de 2013 lá de Portugal. A foto revela um astro iluminado (a Lua não tem luz própria; ela reflete a luz do Sol que incide sobre ela)  e que passa da coloração branca (quando está bem alta no céu) para tons avermelhados (quando mais próxima do horizonte). Isso se deve pelas partículas que se concentram mais próximas da superfície, principalmente as de poluição!

Um fato curioso ao se observar a Lua é que sempre vemos a mesma face dela - há um lado oculto (onde moram os transformers?? rsrsrs), que não é visível da Terra por uma coincidência cósmica: o tempo de translação da Lua (movimento que ela faz ao redor da Terra) coincide com o tempo de sua rotação (tempo que ela dá a volta em torno dela mesma). É por isso que em todas as fotos da Lua observa-se as mesmas estruturas, não importando em que local da Terra o o observador se encontra.

A NASA possui instrumentos que apontam constantemente para a Lua. O vídeo ao lado foi feito com as imagens de um deles, o Lunar Reconnaissance Orbiter

O vídeo tras várias informações: no centro a Lua, vista da Terra, ao longo de 1 ano, onde mostra as variações das fases da Lua de acordo com sua posição ao redor da Terra (que é destacado no canto esquerdo superor); Ilustra também como de fato observamos a mesma face dela (as estruturas observadas são sempre as mesmas); revela também a "dança" do astro, indicando sua órbita inclinada ao redor da Terra, que é realçado no canto esquerdo inferior do vídeo; A linha no centro por trás da lua indica a variação em sua distância orbital; além de outros dados astronômicos no canto direito inferior.

(retirado de Apolo11)
Estamos tão acostumados com a presença da Lua no céu que às vezes nem a percebemos. É fato que, mesmo estando sempre disponível, poucas pessoas são capazes de reconhecer as crateras e os mares que formam a paisagem lunar. Os locais de pouso das missões Apollo são ainda mais desconhecidos pela maioria da população.

Para dar uma mãozinha a quem tem interesse na observação do nosso satélite, seja à vista desarmada ou através de algum instrumento, essa pequena carta lunar poderá ajudar a dar os primeiros passos na exploração da Lua, mesmo bem longe dela.



As legendas mostram os acidentes geográficos (ou melhor, lunográficos) vistos com mais facilidade enquanto os círculos numerados indicam os locais em que as missões Apollo fizeram as explorações humanas entre 1969 e 1975. Clique sobre a imagem para ver em tela cheia.

Copérnicus - Uma cratera muito fácil de observar. Tem 92 km de diâmetro e foi formada a cerca de 800 milhões de anos devido a um choque com algum meteoro. Uma observação mais apurada mostrará picos centrais e paredes laterais, criadas no momento do impacto.

Aristarchus - Uma cratera muito recente. É tão brilhante que William Herschel, astrônomo que descobriu Urano em 1781, acreditava que fosse um vulcão ativo.

Kepler - Uma pequena cratera. Versão miniatura da Copérnicus.

Grimaldi - Cratera preenchida com Lava é um dos pontos mais escuros que pode ser visto na Lua. Mede aproximadamente 225 km de diâmetro.

Mare Humorum ou Mar de Umidade - Tem um diâmetro de 350 km. Com um pequeno telescópio ou binóculo é possível ver duas crateras ao longo das bordas.

Tycho - Cratera jovem, melhor observada durante a lua cheia. As raias brilhantes ao seu redor são formadas por material ejetado após a colisão com um grande asteróide, ocorrida a 109 milhões de anos.

Mar da Tranqüilidade - Região plana e com poucos acidentes, formada por lava derretida. Esta foi a região do pouso da Apollo 11 em 20 de julho de 1969, quando os primeiros Homens ali estiveram.

Mar das Crises - Planície de 550 km de comprimento facilmente identificada à vista desarmada.

Mar da Serenidade - Planície de lava sólida com 620 km de comprimento.

A Lua está repleta de crateras e pequenos mares, mas os apresentados são os mais fáceis de serem identificados e com um pequeno binóculo diversos acidentes interessantes podem ser vistos e pesquisados.

Apesar de algumas regiões serem chamadas de "Mar", elas não possuem água e têm essa denominação porque os antigos astrônomos acreditavam que eram de fato grandes oceanos.



A Lua em Poses
Encerro essa publicação com algumas fotos registradas por observadores lunares muito atentos e carinhosos - so para explicar: como a Lua ocupa um plano "no infinito" para uma maquina fotográfica, é possível criar poses com a Lua "trazendo ela" para um plano mais próximo... observe e admire:
 




Fonte:
Apolo11, NASA, GREA

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