A sonda DAWN, cuja missão é estudar os planetas anões que orbitam o Sol na região entre Marte e Júpiter no Cinturão de Asteróide - chegou ao final de sua primeira fase (que levou pouco mais de 1 ano): analisar Vesta, o segundo maior asteróide do cinturão.
Agora sua nova meta é alcançar Ceres, o maior objeto dessa região e também considerado um planeta anão. Abaixo uma imagem (montagem) que retrata ambos, que estarão juntos pelos próximos 3 anos.
Sair de um asteróide, que mal se consegue ver daqui da Terra , e partir para outro, num ambiente cheio de "incontáveis obstáculos menores pelo caminho" é um grande desafio - ter chego a Vesta já foi uma grande conquista! Continue sua leitura para compreender a importância de se estudar lugares como esses.
Ano passado falei nesse post sobre o novo passo da exploração espacial: analisar asteróides do grande cinturão, localizado entre a órbita de Marte e Júpiter. A então batizada missão DAWN (Alvorada, em inglês), levou 9 meses para chegar ao segundo maior objeto dessa região, o asteróide Vesta. Os estudos dessa sonda o elevaram a um protoplaneta (algo como um "planeta que não deu certo") - falei sobre esses resuldatos nesse outro post. Ela ficou orbitando esse objeto por pouco mais de 1 ana, até o mês passado, quando a primeira etapa desse projeto foi concluido.
O vídeo abaixo foi feito com os dados coletados pela sonda DAWN durante o período que ficou por la. Ele revela o asteróide Vesta por completo:
O que DAWN revelou sobre Vesta
Vesta é conhecido há mais de 200 anos e sempre foi observado com relativa facilidade por telescópios (maiores que 30cm) de solo ou espaciais, mas foi com auxílio da nave Dawn que o objeto passou a ser estudado e visto com maior riqueza de detalhes. Suas sondas indicaram que ele tem 530 quilômetros de diâmetro e é o segundo objeto mais massivo dentro do cinturão.
A foto abaixo compara fotos tiradas daqui da Terra como nosso mais poderoso telescópio - o Hubble - e bem de perto, pela sonda DAWN.
Ao que tudo indica, Vesta é uma sobra da origem do Sistema Solar. Ele fazia parte da matéria básica que originou os planetas rochosos, como a Terra. Os dados coletados pela Dawn mostram que Vesta tem formação similar à da Terra e da Lua e ao que tudo indica é composto por um núcleo de ferro recoberto por manto e crosta. Estudo recente publicado pela revista especializada Science indica que no passado Vesta abrigava um oceano subterrâneo de magma.
Sua superfície é bem antiga e cheias de crateras (veja a imagem abaixo) - isso indica que também foi alvo dos grandes impactos de meteoros, comuns durante a formação do Sistema solar. Sua baixa gravidade contribuiu para as características que marcam sua superfície, como os gigantescos penhascos e uma enorme montanha com cerca de duas vezes o tamanho do Monte Everest, como mostrado no filme.
Essas características tão comum com outros planetas do que com qualquer asteroide conhecido.fizeram com que a União Astronômica Internacional o promovessem (em maio de 2012) de asteróide para protoplaneta.
A definição de protoplaneta é a de um planeta que ainda está se formando, mas no caso Vesta essa fase foi interrompida. Para os cientistas, essa interrupção tornou Vesta um corpo celeste mal acabado, sendo considerado um autêntico fóssil rochoso que preservou os primeiros eventos da história do Sistema Solar.
Rumo a Ceres
Lançada em setembro de 2007, a sonda entrou na orbita de Vesta em 16 de julho de 2011 e ali permaneceu até o início de setembro de 2012, quando seus foguetes de íons a impulsionaram rumo à segunda fase de sua missão, o planeta-anão Ceres (veja os detalhes dessa missão nessa reportagem do portal SPACE). A imagem abaixo mostra a localização da sonda enquanto eu escrevia esse post.
Ceres tem 950km de diâmetro é o maior corpo que orbita o Cinturão de Asteróides. Sua massa corresponde a um terço de toda a massa do cinturão!
Abaixo está uma foto feita pelo Hubble (alias, nossa melhor foto dele até agora), comporando Ceres e Vesta. O mais curioso é que os pontos nao identificados na imamge mudam de forma - e as vezes até desaparecem. Acredita-se que o ponto escuro em sua superfície é uma grande cratera. Em 2003 fotos revelaram um ponto branco que nao existia até então - e ninguem sabe o que pode ser.
O portal SPACE divulgou várias fotos de Ceres - clique aqui para ver (em ingles).
Se tudo correr como planejado, a nave chegará ao seu destino em fevereiro de 2015, quando dará início a uma nova fase de estudos no Sistema Solar.
Nesse site tem uma reportagem bem interessante também.
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