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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O céu do mês de agosto

Chuvas de meteoros, alinhamento de planetas, cometas e ocultações estão previstas para o mês de agosto.
 
Achou muito? Saiba que é um mês astronomicamente calmo... Ainda sim, só para dar um gostinho, a foto ao lado é um registro da chuva de meteoros na constelação de Aquários da noite de 29 de julho na cidade de Passo Fundo, no RS - será que já vale ficar acordado por isso?

Conheça os detalhes de cada evento para programar suas noites de observações!

Chuva de meteoros
O mês de agosto é famoso pela ocorrência anual de três chuvas de meteoros. Todos os anos nessa época a Terra move-se por uma região de sua órbita que atravessa detritos deixados por cometas que passaram aqui por perto. Eles variam do tamanho de bolas de basquete a pequeninos grãos de areia, que queimam ao adentrarem nossa atmosfera, e pintam o céu com riscos luminosos, como a imagem acima ilustra.

Acompanhar chuvas de meteoros não é tão fácil como parece... Apesar de serem observáveis sem o auxílio de instrumentos, as famosas pinturas do céu noturnos, que também são chamadas de estrelas cadentes cruzam o céu rapidamente, e não são tão frequente quanto as imagens ilustram. Veja na imagem ao lado um poema que achei sobre elas. Sua luminosidade geralmente é enfraquecida pela luz das cidades, o que dificulta sua identificação. Mesmo assim eu já ví várias chuvas nessa época e são relativamente fácies de serem identificadas, apesar dos riscos luminosos serem fraquinhos e bem rápidos. Basta ter paciência e ficar olhando para o céu atentamente!

Durante esse mês ocorrem três chuvas de meteoros: ao norte, na constelação de Perseu; a leste na constelação de Aquarios; e a sudoeste, na constelação de Capricórnio.

Ao olhar para o leste No início do mês é possível observar 15 a 20 meteoros por hora cruzando a constelação de Aquarios. Isso significa que ao ficar olhando para o céu atentamente durante uma hora  inteira é possível identificar pelo menos 15 estrelas cadentes, uma a cada 3 minutos em média. Essa é uma chuva de intensidade intermediária, e é visível em todas as noites entre os dias 18 de julho e 18 de agosto. Na terça, dia 5, atingirá seu ápice, e será visível bem alto no céu entre as 3h e 4h da madruga.

Na noite do dia 12 para o dia 13 de agosto, olhando para o norte, ocorre o ápice de outra chuva muito famosa: as perseidas, na constelação de Perseu. Conhecidas popularmente como “lágrimas de San Lorenzo”, espera-se 10 a 15 meteoros por hora nessa noite. Infelizmente a Lua estará em sua fase cheia, o que impedirá observar mais meteoros - em outros anos já foram registrados até 100 meteoros por hora! Como essa é outra chuva que acontece todos os anos entre o dia 23 de julho e 22 de agosto, agende-se para quem sabe no ano que vem conseguir registrar bem mais estrelas cadentes...Os detritos dessa chuva foram deixados pelo comete Swift-tuttle, que passou por aqui pela última vez em 2007. A imagem abaixo ilustra como identificar essa região do céu.

A sudoeste ocorre a chuva da constelação de Capricórnio. Visível desde 12 de julho, seu ápice ocorreu nas noites do dia 28 e 31 de julho, mas é possível observá-los até 23 de agosto,com uma média de 5 a 10 meteoros por hora. Essa é a chuva que produz alguns dos maiores e mais brilhantes meteoros de todas as principais chuvas vistas no planeta. A origem destes detritos ainda é desconhecida - acredita-se que são fruto da quebra do cometa 169P/NEAT há cerca de 5 mil anos. Reserve sua agenda para essa chuva no futuro, pois a maior parte destes detritos só cruzará a órbita da Terra daqui a 300 anos. Por isso os cientistas esperam que as Capricornídeas se tornem a principal e mais prolífica chuva de meteoros no planeta entre 2220 e 2420!


Pega-pega dos planetas - e da Lua
Esse é o evento mais fácil de acompanhar - e na minha opinião o mais legal de se observar!

Entre os dias 15 e 21 de agosto Júpiter e Vênus irão brincar de pega-pega pelo céus. É interessante acompanhar o movimento desses planetas, visíveis bem brilhantes na direção leste, pouco antes do Sol nascer. Irão se aproximar, e bem cedinho na manhã do dia 18 ambos estão coladinhos antes nascer do Sol. Se não estiver nublado, aproveite para tirar um foto, pois serão bem visíveis!  A imagem ao lado ilustra como localiza-los nesse dia.
Vale registrar que no início de do mês Jupiter estava colado com o Sol, e por isso não é visível. Ao longo do mês se distancia da nossa estrela, aproximando-se da Lua, que se juntará a ele a Vênus no dia 23, quando estará bem pertinho de Júpiter. No dia no dia 24 a Lua se aproxima de Vênus, um dia antes de alcançar a fase de Lua Nova.

Entre os dias 24 e 29 será a vez de Saturno e Marte perseguirem um ao outro. No dia 27 estarão bem juntos, e no dia 31, a Lua fará parte da brincadeira, ficando bem pertinho de Saturno, com Marte correndo por perto. A imagem abaixo ilustra o encontro:

Ocultações
Para não ficar de fora, a Lua vai aprontar também: em seu movimento pelo céu, irá passar pela frente de várias estrelas durante esse mês - esse fenômeno é chamado de ocultação. Apesar de ser um fenômeno que chame mais a atenção dos especialistas do que dos amadores, as ocultações podem revelar informações importantes dos objetos ocultados. 

Ainda sim, é um tipo de evento que serve como uma espécie de "treino" visual aos amadores: sugiro que acompanhem o movimento da Lua diariamente, e tentem identificar as estrelas que ela ocultará em cada noite. Recomendo o software Stellarium para identificar as estrelas ocultadas.


Cometas
Oriundos das partes mais remotas do sistema solar, esses objetos celestes, que são fósseis da formação de nosso sistema, estão sempre rondando nosso planeta. Durante esse mês pelo menos 11 cometas já identificados estarão passando por aqui. Isso não significa que podem ser vistos pelo céu - a maioria são bem fracos, e observáveis apenas com potentes telescópios.

Ainda sim, vale a pena citar a presença deles, pois quem sabe um ou outro não resolve fazer uma passagem mais de perto? Clique aqui para conhecê-los.

Destaco dentre eles o cometa  (C/2014 E2) Jacques, o mais "brilhante" dentre eles, com magnitude  aparente de 10,5. Ele é localizado na direção Nordeste, perto do horizonte (    7,9° de inclinção e azimute 52°), na constelação de Auriga.  Jaques foi descoberto em março desse ano pelos astrônomos brasileiros Cristóvão Jaques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros (na foto abaixo), que o detectaram em um observatório em Minas Gerais. A descoberta foi um fato histórico para o pais, pois o trio é um grupo independente,  e a última descoberta desse tipo em solo brasileiro ocorreu em 1860! Clique aqui para saber mais sobre esse feito. Desde a descoberta, diversos observadores pelo mundo passaram a acompanhar e a fotografar o objeto. Parabens ao trio!



 Boas observações a todos!


 
Fonte:
O Globo, Sulinformação, Climatempo, Uai, ZeroHora

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