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segunda-feira, 15 de junho de 2015

"Alô Terra, podem me ouvir?"

Após 7 meses viajando em um cometa, a sonda Philae finalmente despertou de seu sono!

O momento era esperado com grande angústia pela comunidade científica, pois o pouso da sonda, em novembro passado, ocorreu em um local inesperado, como falei relatei nessa publicação.

Quer saber qual a importância desse pouso em um cometa?


"Alô Terra, podem me ouvir?"
Essa foi uma das primeiras mensagens enviada pela sonda Philae no último sábado, as 17h28 (horário de Brasília) direto da superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que viaja a 320 milhões de km da Terra.

Philae pousou na superfície do cometa em 12 de novembro e permaneceu operacional por quase 57 horas. Durante esse tempo, conseguiu registrar e enviar dados valiosos sobre o astro (veja mais abaixo).

A sonda acabou pousando em um local tão escondido que nem mesmo imagens feitas pela sonda Rosetta, que orbita dede novembro o cometa a poucos quilômetros de distância, conseguiram identificar com precisão sua posição. Ao lado, sequência de fotos que ilustra essa dificuldade.

Nesse local, a sonda Philae recebia pouquíssima luz solar, que atingia apenas um de seus paineis e por pouco tempo, o que impedia de recarrega suas baterias. Por isso ele entrou em hibernação.

Somente agora com a aproximação do cometa ao Sol, os raios solares começaram a atingir com maior intensidade e frequência seus paineis, que o reativaram.

Compartilho abaixo a divulgação desta grande conquista astronômica na voz de Milton Blait, âncora da radio BandNewsFm, que explica de forma clara e muito coerente o fato, com os comentários de Ricardo Boechat, que faz uma análise bem pertinente a respeito da dicotomia dos avanços científicos e sociais:





De acordo com a análise dos dados recebido pelo centro de controle da missão na Alemanha, Philae está muito bem! Sua temperatura de operação está em torno de -35ºC, e possui 24W de potência útil (de energia) já disponível, o que habilita para iniciar suas atividades na superfície do cometa.


Ao trabalho Philae!
Philae é uma sonda robótica de 100kg,  do tamanho de uma máquina de lavar. Ela pousou no cometa 67P ao ser solta de sua "nave mãe", a nave Rosetta, mas devido a falhas em seus sistema fixação (arpões) acabou quicando duas vezes antes de conseguir se fixar à superfície, à sombra e na beirada de um penhasco.  A foto ao lado ilustra essa sequência de pouso.

Agora que a tão esperada luz solar consegue atingir de forma adequada seus painéis, espera-se que que a comunicação seja estabilizada para que os instrumentos científicos da sonda sejam definitivamente ligados.

Equipada com 10 instrumentos diferentes, mas com uma fonte de energia ainda restrita, Philae irá acioná-los um de cada vez, numa ordem que o centro de controle ainda não determinou. Confira sua lista de instrumentos no infográfico abaixo (clique na imagem para amplia-la):


(fonte ESA. Traduzido por: Prof. Fabio)


O uso destes instrumentos permitirão aos cientistas realizar pesquisas mais avançadas do que aquelas que foram feitas durante as 57h de duração da bateria em 12 de novembro.

Espera-se poder analisar amostras da superfície, e não só a poeira ao redor da sonda; a composição do gelo do cometa; registrar imagens... 

A expectativa é que Philae fique ativa por semanas, e possivelmente meses, enquanto o cometa se aproxima do Sol. No dia 13 de agosto ocorrerá sua aproximação máxima, e apartir daí, a sonda ficará eventualmente sem combustível, e entrará em hibernação novamente - e desta vez para sempre.

O grande objetivo desta missão (épica) é responder a pergunta "de onde viemos?". Cientistas esperam encontrar indícios que comprovem uma das teorias mais aceitas sobre a origem da vida na Terra: a panspermia, que atribui aos cometas (como o 67P) o papel de semeadores de vida pelo universo!



Fontes:
Bandnews, Space, Terra, CNN, DailyMail, Folha de São Paulo, BBC, ESA, Nature

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