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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Sonda Japonesa pousa em asteroide

Após 3,5 anos de viagem a sonda japonesa Hayabusa2 alcançou no final do mês passado seu destino: o asteroide Ryugu. Na imagem ao lado, é possível ver a sombra da sonda sobre seu alvo.

Ha duas semanas dois pequenos hoovers pousaram na superfície de Ryugu - foi a terceira vez que conseguimos colocar objetos na superfície de um asteroide!


Ao logo das próximas semanas, está programa a colisão de um deles com a superfície, a fim de coletar materiais que serão trazidos  à Terra em 2020.

O que esperamos encontrar? Continue sua leitura para entender a importância desta missão.
 
O Alvo 
Descoberto em 10 de maio de 1999, Ryugu faz parte de um grupo de objetos potencialmente perigosos para nós: os Apollos. Esses objetos movem-se por uma região próxima a Terra, ilustrada pela imagem ao lado (linha vermelha partindo do cinturão de asteroides), e eventualmente cruzam a órbita de nosso planeta (em azul). Assim como ele, há pelo menos 8.180 objetos membros desse grupo (veja abaixo uma foto com outros integrantes, e um comparativo de seus tamanhos).

Mas calma! Apesar de passar por aqui com certa frequência, sua órbita não indica sinais de perigo ao nosso planeta, pelo menos para os próximos milhões de anos.

Esse asteroide foi classificado como um objeto pequeno do sistema solar em 28 de setembro de 2015, passando a ser tecnicamente chamado de 162173 Ryugu. 

Foi escolhido como alvo dessa missão por ser um tipo primitivo de rocha, uma espécie de relíquia que guarda muita informação desde a formação do Sistema Solar. Seu estudo poderá revelar muita coisa sobre a origem e evolução do Sistema e principalmente do nosso planeta.Na imagem abaixo, Ryugu e outros integrantes do Apollo (procure bem para localizar esse alvo ein!)




Características e Curiosidades
Ryugu (que significa Palácio do Dragão em Japonês) tem formato  parecido com um diamante, com cerca de 900 metros de diâmetro e leva 474 dias para completar sua órbita, que é inclinada em 6º com relação à eclíptica. Possui algumas propriedades curiosas: sua rotação é retrograda, de aproximadamente  7,5 horas, mais lento do que outros de tamanho similar. Esses são fatos que intrigam os cientistas.

Outro fato curioso registrado pelas imagens é o tamanho das rochas acumuladas em sua superfície: elas são maiores do que o esperado para  um asteroide desse tamanho, algo que desencadeou um debate entre cientistas planetários. O Ryugu pode ter sido parte de um asteroide maior que se separou, e as rochas podem ter aterrissado ao longo do tempo ou poderiam ter sido massas duras incorporadas ao asteroide em sua formação e, posteriormente, expostas como material mais macio e erodido. 

Sua massa foi estimado em 450 trilhões de toneladas e é rico em minerais como niquel, ferro, cobalto, além de água, nitrogênio hidrogênio e amônia. Diante disso, Ryugu está considerado como uma possível fonte mineradora para projetos de exploração espaciais no futuro.

Para melhor avaliar estas e outras propriedades a sonda Hayabusa2 foi enviada ao objeto. Pelos próximos 18 meses irá colher dados e amostas que serão trazidas para Terra em 2020.

Hayabusa2
É a sonda da agência espacial japonesa, lançada em dezembro de 2014, que entrou em órbita de Ryugu em 27 de junho de 2018. Foi projetada para colher informações sobre o asteroide, lançando sondas em sua superfícies e trazendo de volta a Terra amostras dela colhida. Para isso, Hayabusa (cujo nome significa Falcão Peregrino) viajou carregando alguns companheiros: dois hoovers, uma mini sonda e uma carga explosiva.

Os hoovers de pouco mais de 1kg pousaram com sucesso na semana passada, e enviaram a foto ao lado no dia 21 de setembro, a primeira foto da superfície de Ryugu.

Devido a baixa gravidade (cerca de 60 mil vezes menor que a da Terra), os robôs em superfície movem-se através de saltos, realizados por uma pequena massa móvel instalada dentro do interior de cada robô, numa estrutura similar ao mecanismo que faz seu celular vibrar.

A foto revela uma superfície muito enrugada, mais do que o esperado. É como se Ryugu estivesse coberto por um tapete de pedras com quase nenhum espaços planos.

No dia 23 de setembro o hoover B enviou o primeiro vídeo da superfície:


No próximo dia 18 de outubro, será a vez do módulo Mascot descer á superfície. A nave foi desenvolvida pela Agência Espacial da Alemanha, DLR, em conjunto da Agência espacial Francesa, CNES.

Mascot (Mobile Asteroid Surface Scout) carrega 10 quilos de instrumentos, que coletarão diversos dados científicos sobre o asteroide. Entre os instrumentos, Mascot carrega uma câmera grande angular capaz de registrar cenas em 10 comprimentos de onda diferentes, um microscópio digital para estudar os minerais da superfície, uma radiômetro para medir a temperatura e um magnetômetro, para estudar o campo magnético do asteroide.

Depois de chegar à superfície Mascot só poderá mudar de posição uma única vez, por meio de um salto. 

Em 2019 será lançado um projetil de 2kg contra a superfície de Ryugu para se analisar a formação de crateras em asteroides. Espera-se que detritos sejam lançados ao espaço e coletados ao longo das órbitas futuras da sonda. A expectativa é que possam ser analisados materiais residuais da formação do sistema solar que compõem o asteroide.

Assim como sua irmã, a Hayabysa1, espera-se que esta missão tenha sucesso e retorne a Terra no final de 2020. A missão anterior, mesmo passando por uma série de defeitos mecânicos,  perdas de combustível e energia solar, e apagões de comunicação durante uma odisseia de 6 anos e 6 bilhões de quilômetros, retornou à Terra em 2010 com 1500 partículas de poeira de asteroides.

Fontes:
Galileu, Space, APolo11, BBC

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