Trekkers de todo o mundo ficaram muito felizes com a divulgação da notícia da detecção do planeta ao redor da estrela 40 Eridani.
É que na obra Jornada nas Estrelas, essa é a estrela natal do ilustre sr Spock.
Veja o que os astrônomos falam a respeito e compreenda melhor essa história...
Quem nunca ouviu falar do sr Spock? O famoso personagem interpretado pelo ator Leonard Nimoy (que faleceu ano passado) é um ícone da série Jornada nas Estrelas. Este personagem de orelhas pontudas e sangue verde é natural do planeta Vulcano. Segundo o autor da śerie, Gene Rodenberry, Vulcano seria um planeta que estaria em órbita da estrela 40 Eridani. Essa proposição, feita ao final dos anos 90 para responder indagações de trekkies, foi um "bom palpite" pois não se conhecia a existência de exoplanetas naquela época. Ao lado, foto de ambos durante as filmagens da série original de Jornada nas Estrelas, que foi ao ar durante os anos de 1973 a 1977.
Nessa semana a suposição foi confirmada, ao ser detectado um planeta na região habitável desse sistema estrelar! Apesar da detecção de exoplanetas ser algo usual atualmente, essa detecção gerou mais uma daquelas coincidências entre ficção e realidade... Como Rodenberry poderia ter certeza de que 40 Eridani seria uma estrela com planetas?
Vulcano?
Apesar de já ter um nome batizado pela ficção, oficialmente seu nome é "40 Eridani b" e é duas vezes maior e de oito a nove vezes mais pesado que a Terra. Isso o coloca no limite técnico que separa os planetas tipo rochoso e gasosos. Seu período orbital é de 42 dias terrestres (o que coloca o planeta dentro da zona habitável de sua estrela) mas sua temperatura é bem maior do que a da Terra, o que infelizmente, torna-se inviável para a vida como conhecemos.
O curioso é que na série Jornada nas Estrelas, o planeta Vulcano é maior e mais quente que a Terra. Clique aqui para conhecer mais detalhes sobre o planeta retratado na série.
Sua detecção deve-se ao Computerized Dharma Planet Survey, sistema que visa a busca automática de planetas de baixa massa em torno de 150 estrelas próximas, situadas a um raio de 160 anos-luz ao redor de nós. Veja algumas na imagem ao lado.
A descoberta é de um grupo de astrônomos da Universidade de Flórida, e será publicada na próxima edição da revista "Monthly Notices da Royal Astronomical Society" (o artigo científico, submetido em 18 de julho deste ano, pode ser lido aqui. )
Dever científico: cuidado com Sensacionalismos!
Devo chamar atenção ao sensacionalismo veiculado com a descoberta, pois as manchetes veiculadas (como a que utilizo no título desta publicação) enfatizam a provável descoberta de Vulcano, enquanto que o artigo cientifico foca a divulgação e resultados do método empregado na descoberta de exoplanetas.
Irei falar sobre esse tema em breve (pois está de certa forma relacionada com o meus mestrado), mas já antecipo que o artigo enfatiza a precisão do método de detecção automática de exoplaneta através de técnica de velocidade radial (espectroscopia). Por uma dessas "coincidências do universo", o primeiro planeta detectado com essa técnica foi 40 Eridani b, que logo foi associado ao planeta Vulcano (veja mais abaixo o por quê) e por isso a grande repercussão da notícia.
A(s) estrela(s) 40 Eridani
Nessa semana a suposição foi confirmada, ao ser detectado um planeta na região habitável desse sistema estrelar! Apesar da detecção de exoplanetas ser algo usual atualmente, essa detecção gerou mais uma daquelas coincidências entre ficção e realidade... Como Rodenberry poderia ter certeza de que 40 Eridani seria uma estrela com planetas?
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Apesar de já ter um nome batizado pela ficção, oficialmente seu nome é "40 Eridani b" e é duas vezes maior e de oito a nove vezes mais pesado que a Terra. Isso o coloca no limite técnico que separa os planetas tipo rochoso e gasosos. Seu período orbital é de 42 dias terrestres (o que coloca o planeta dentro da zona habitável de sua estrela) mas sua temperatura é bem maior do que a da Terra, o que infelizmente, torna-se inviável para a vida como conhecemos.
O curioso é que na série Jornada nas Estrelas, o planeta Vulcano é maior e mais quente que a Terra. Clique aqui para conhecer mais detalhes sobre o planeta retratado na série.
Sua detecção deve-se ao Computerized Dharma Planet Survey, sistema que visa a busca automática de planetas de baixa massa em torno de 150 estrelas próximas, situadas a um raio de 160 anos-luz ao redor de nós. Veja algumas na imagem ao lado.
A descoberta é de um grupo de astrônomos da Universidade de Flórida, e será publicada na próxima edição da revista "Monthly Notices da Royal Astronomical Society" (o artigo científico, submetido em 18 de julho deste ano, pode ser lido aqui. )
Dever científico: cuidado com Sensacionalismos!
Devo chamar atenção ao sensacionalismo veiculado com a descoberta, pois as manchetes veiculadas (como a que utilizo no título desta publicação) enfatizam a provável descoberta de Vulcano, enquanto que o artigo cientifico foca a divulgação e resultados do método empregado na descoberta de exoplanetas.
Irei falar sobre esse tema em breve (pois está de certa forma relacionada com o meus mestrado), mas já antecipo que o artigo enfatiza a precisão do método de detecção automática de exoplaneta através de técnica de velocidade radial (espectroscopia). Por uma dessas "coincidências do universo", o primeiro planeta detectado com essa técnica foi 40 Eridani b, que logo foi associado ao planeta Vulcano (veja mais abaixo o por quê) e por isso a grande repercussão da notícia.
A(s) estrela(s) 40 Eridani
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A primeira estrela desse sistema, 40 Eridani A, Também é conhecida como "Keid", é muito parecida com o Sol, e pode ser vista a olho nú num céu muito limpo e sem poluição luminosa.
Em 1763 Willian Hershel observou uma outra estrela, a 40 Eridane B, orbitando a estrela principal (40 Eridane ). O sistema foi novamente observado em 1851 por Otto Wilhelm von Struve , que percebeu que na verdade a 2ª estrela ela um binário, recaracterizando assim o sistema 40 Eridani com 3 estrelas.
A tabela abaixo ilustra alguns dados dessas estrelas em comparação com o SOl:
Sobre a escolha de Roddenberry
Em vários episódios da série Jornada nas Estrelas fica claro a proximidade entre Vulcano e a Terra, mas em nenhum momento a estrela natal de Spock foi identificada de acordo com as estrelas observadas daqui da Terra.
Na literatura, dois livros citam a provável estrela natal de Spock: em "Star Trek 2" de James Blish (1968) e Star Trek Maps de Jeff Maynard (1980). O primeiro evocando a estrela anã "40 Eridani A", o segundo a estrela "Epsilon Eridani". Conheça mais detalhes dessas histórias aqui.
Para atender ao frequente questionamento dos fãs da série (os trekkies), em 1991, poucos meses antes de sua morte, Roddenberry reuniu-se com os astrônomos (e também trekkies) Sallie Baliunas, Robert Donahue e George Nassiopoulos do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica e discutiram sobre prováveis candidatas para hospedar o planeta natal Vulcano.
Após várias discussões técnicas, a escolha foi para "40 Eridani A," por ser uma estrela parecida em composição, brilho e tamanho da nossa (cerca de 4 bilhões de anos). Em contraste, Epsilon Eridani tem apenas um bilhão de anos - jovem demais para a vida ter evoluído, e muito menos com pensamento lógico vulcânico.
O resultado da escolha foi enviada em carta para a regista norte-americana " Sky & Telescope", que divulgou uma reportagem a respeito. Diante da atual descoberta, a avaliação técnica foi certeira - quem sabe quais outros sistemas planetários da série poderemos realmente encontrar?
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Fontes:
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