Foi isso o que veio a minha mente quando vi a notícia "Gás de xisto faz EUA sonhar com autossuficiência energética", veicula no último dia 11, pela mídia. (essa é do Bom Dia Brasil).
Numa época em o mundo todo se esforça para preservar suas maiores riquezas - que são os recursos naturais de cada nação - o "tio Sam" se empenha em "explorar" cada vez mais suas reservas... Dessa vez, vão buscar no subsolo, numa faixa até então ignorada, uma nova fonte de combustíveis fósseis: o gás de xisto. Essa é a reportagem de capa, estanpado na TIMES de janeiro desse ano (ao lado: "Essa é a rocha que pode dar energia a o mundo"). Com isso, continuarão a poluir intensamente o planeta como um todo - será por isso que eles (e a China) se recusam a assinar protocolos de preservação e cuidados, como o de Kioto??
Esse post é para que meus pequenos astrônomos possam refletir sobre atitudes...
Para você compreender esse post, assista a reportagem que eu assisti - e que me surpreendeu e revoltou!
(se o vídeo não abrir, clique nesse link do Bom dia Brasil, de 11/4/13, para assistir).
Como você poder ver, a busca por fontes de energia é um esforço constante da humanidade - sempre foi assim e sempre será. Vivemos num mundo energético, que se manifesta em suas mais diversas formas... Contudo, nossa principal fonte de energia é são os combunstíveis fósseis, em especial o petróleo, que são recursos finitos, caros e altamente poluentes.
Até que ponto devemos continuar investindo com a tecnologia de combustíveis fósseis? O mundo é tão depente assim dessa fonte de energia?
Como você poder ver, a busca por fontes de energia é um esforço constante da humanidade - sempre foi assim e sempre será. Vivemos num mundo energético, que se manifesta em suas mais diversas formas... Contudo, nossa principal fonte de energia é são os combunstíveis fósseis, em especial o petróleo, que são recursos finitos, caros e altamente poluentes.
Até que ponto devemos continuar investindo com a tecnologia de combustíveis fósseis? O mundo é tão depente assim dessa fonte de energia?
Pela Mídia
O Wall Street Jornal divulgou nessa semana o interesse (fundamentalmente econômico) da exploração dessa "nova" fonte de energia pelos Estados Unidos. A reportagem (clique aqui para ler - em português) mostra que empresas de exploração enérgita tem investido muito em pesquisas e desenvolvimento de tecnicas e equipamentos que melhorer a eficiência de exploração desse gás, que atualmente, é de apenas 25% *(SIM - o processo de exploração atual "desperdiça" 75% do que é extraído...). O gráfico ao lado mostra os montantes investidos nas principais empresas exploradoras do mundo.
Abaixo, um comparativo a produção de petróelo e de gás nos EUA (figura1), e a crescente exploração do gás de xisto, mostrando que em 2020 a produção pode superar os 2 milhões de barris.
As pesquisas mundiais mostram que os Estados Unidos são detentores das maiores reservas de gás de xisto, seguido pela China e pela Argentina. Veja a estimativa das reservas no mapa abaixo.
A reportagem ainda mostra que o gás de xisto pode ser o substituto para o petróleo enquanto as pesquisas com as fontes renováveis e não poluentes continuam. Será que é esse mesmo o interesse?
Técnica de Extração
O processo de extração dos gás de xisto é altamente poluente, como mostrou o vídeo: o que está resumido no esquema abaixo, não explica que os tais produtos quimicos injetados na rocha são toxicos (como ácidos e chumbo) e podem afetar os lençois freáticos. Veja como é o processo de extração do gás:
(fonte: Jornal Zero Hora - RS)
Os detalhes do processo
As rochas que contém esse gássão do tipo xisto, que possuem aspecto folheado e são derivadas das rochas argiloas. Existem vários tipos de xisto - o betuminoso é muito comum em nosso estado. Certos xistos contém um gás preso entre suas fissuras, formado naturalmente pela decomposição da matéria orgânica preso em suas camadas ao longo de milhões de anos. O principal gás formado entre suas folhas é o metano, mas sua extração é difícil, e uma das técnicas é a ilustrada acima, chamda de hidro-fraturação: uma torre faz uma perfuração vertical até atingir a camada de xisto, quando se ramifica horizontalmente por vários quilômetros. Injeta-se água (milhões de litros) e produtos químicos de vários tipos, que quebra os xistos, e liberam o gás, que é bombeado da mesma forma como é feito nas bolsas de gás natural. Porem o risco do gás se espalhar é muito grande, podendo contaminar os lençóes freáticos, que podem estar acima ou abaixo das camadas de xisto perfuradas. Estima-se que existam reservas de xisto em várias partes do mundo, como mostrou o gráfico acima. Abaixo está um infografico que mostra uma sequencia de animação com o texto acima;
No Brasil
Durante minhas pequisas para escrever esse post, descobri que essa fonte é explorada ha 6 anos! E que o Brasil tem interesse e potencial em explora-la também... No Rio Grande do Sul, o jornal Zero Hora divulgou numa reportagem no início desse ano que o estado possui grande potencial para explorar esse gás. " Até hoje fora do mapa da indústria petrolífera, o Rio Grande do Sul tem chances de também tomar parte na exploração de uma fonte considerada a nova revolução energética global. Por ter grande parte do território na Bacia Sedimentar do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Uruguai, o Estado pode entrar no radar da prospecção do “shale gas”, popularmente conhecido por gás de xisto." O grande problema é que essa camada de gás está fixada logo abaixo da maior reserva de água potável das américas: o aquífero Guarani.
A reportagem do Zero Hora destaca o que também foi mostrado no vídeo: "A questão ambiental, aliás, é alvo de polêmica nos EUA, apesar de a emissão de gases de efeito estufa ser inferior em relação ao petróleo e ao carvão. Além do temor até de terremotos, existe a suspeita de que a tecnologia de fracionamento hidráulico das rochas, questionada em alguns países da Europa, possa contaminar lençóis freáticos." Mesmo estando a muitos metros acima dessas rochas, o aquífero poderia sim ser atingido em caso de acidentes.
A CEMIG, companhia de energia elétrica de Minas Gerais, busca parceria com os norte americanos para explorar o gás de xisto na região da bacia do rio São Francisco. O interesse principal da empresa é utilizar o gás para gerar eletricidade em termelétricas nessa região. "É essencial ter um adicional de gás. A Petrobras não consegue atender a demanda. Tenho que arranjar uma fonte alternativa. E a fonte alternativa que encontramos é o gás de xisto, que tem uma ocorrência muito grande na bacia do São Francisco", destacou Luis Fernando Rocha, diretor financeiro da empresa.
A revista Exame dessa semana destacou em um reportagem interesse da empresa em investir nesse tipo de extração, e demonstrou o desinteresse da empresa na implantação de outras fontes (como solar e eólica) e na aquisição da usina hidroelétrica Tres Marias que recentemente voltou para o controle do estado.
Ou seja: os problemas que o vídeo do Bom Dia Brasil revelou podem ser importados para nosso país junto com a tecnologia... além , claro, de "vendermos" mais um pedaço de nosso território para estrangeiros.
E a astronomia?
Bem, será que é suficiente dizer que vivemos no único planeta conhecido que abriga vida em todo universo? Que os recursos desse planeta são escassos? Que poucos detem muito poder e controle sobre esses recursos? Carl Sagan disse: "A astronomia é uma ciência que forma caracter e humildade". Pra mim é pura arrogância ignorar todo o conhecimento que temos sobre os impactos que causamos ao meio ambiente com a desculpa do desenvolvimento e estabilidade econômica... Os fins nunca justificam os meios!
Encerro por aqui, e faço minhas as palavas que encontrei no blog "Sustentabilidade não é palavra é ação" (acesso em 15/4/13 - link). "A ânsia humana e sobretudo corporativa por energia barata continua a virar este mundo do avesso. Parece que tudo vale quando ao fundo do túnel se vê uma fonte de energia. Não chega a energia nuclear com os seus resíduos eternos e riscos catastróficos (Chernobyll, Fukushima), ou os elevados riscos ambientais da extracção de petróleo a grandes profundidades (BP no Golfo do México), ou a imensa destruição de floresta e paisagem causada pela extracção de petróleo de areias betuminosas no Canadá (tar sands ou oil sands), agora a loucura é o gás shale ou gás de xisto, extraído a grandes profundidades com métodos extremamente agressivos, e, presumo eu pelo que li, sem estudos de impacte ambiental sérios."
E você: o que acha disso tudo?
P.S.: Vá de bike!!! (pedalar faz bem a saúde, não polui, e ....)
Fontes desse post:
Encerro por aqui, e faço minhas as palavas que encontrei no blog "Sustentabilidade não é palavra é ação" (acesso em 15/4/13 - link). "A ânsia humana e sobretudo corporativa por energia barata continua a virar este mundo do avesso. Parece que tudo vale quando ao fundo do túnel se vê uma fonte de energia. Não chega a energia nuclear com os seus resíduos eternos e riscos catastróficos (Chernobyll, Fukushima), ou os elevados riscos ambientais da extracção de petróleo a grandes profundidades (BP no Golfo do México), ou a imensa destruição de floresta e paisagem causada pela extracção de petróleo de areias betuminosas no Canadá (tar sands ou oil sands), agora a loucura é o gás shale ou gás de xisto, extraído a grandes profundidades com métodos extremamente agressivos, e, presumo eu pelo que li, sem estudos de impacte ambiental sérios."
E você: o que acha disso tudo?
P.S.: Vá de bike!!! (pedalar faz bem a saúde, não polui, e ....)
Fontes desse post:
Poderiam começar a estudar ainda mais tipos de energia menos agressivos ao meio ambiente, como a energia solar que já é usada em varias casas, prédios, etc.
ResponderExcluir- Anna 9° ano Colégio Integral
Qual foi o país responsável pela descoberta do xisto?
ResponderExcluirTexto lido Fábio
ResponderExcluir-Lucas C Bublitz P
eu achei importante saber disso e é importante fazer algo sobre: como publicar e informar outras pessoas ou alguma campanha. È isso prof.
ResponderExcluirA humanidade buscando fontes renováveis e não poluentes de energia e países como Estados Unidos só visando a parte econômica fingindo que a poluição e fenômenos como aquecimento global "não existem".
ResponderExcluirVitor- 9 ano