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terça-feira, 23 de julho de 2013

Entrevista com Ed Stone, cientista-chefe da missão Voyagers

Foi uma ótima coincidência encontrar essa entrevista justamente na semana em que meus pequenos astrônomos e eu fazemos uma viagem de exploração pelo sistema solar conhecendo a história do projeto Voyager (registrei parte dessa aula nesse post).

Ed Stone é o chefe da missão das sondas Voyager, lançadas em 1977 rumo aos limites do sistema solar. Ao lado, ele com a sonda Voyager 1. 

Ed esteve no Brasil no início desse mês para participar de um congresso internacional de astrofísica. Juntamente com outros grandes nomes da ciência, falou sobre suas pesquisas e o que podemos esperar da missão Voyager, que continuará ativa até 2025. 

"É um marco histórico ter um objeto que, pela primeira vez, deixa a Terra para nunca mais voltar. E que vai fazer parte das estrelas, da Via Láctea para sempre", disse Ed ao jornalistas durante o congresso.

Enquanto a NASA processa as fotos da Terra tirada de Saturno na semana passada (assim como a Voyager 2 fez pela primeira vez na história em 1996 ao passar por lá) escrevo para que possamos conhecer um pouco mais sobre a primeira missão de exploração do espaço profundo, contada por quem participou dela!


Ed Stone, físico norte-americano de 77 anos, é o cientista chefe do projeto Voyager, missão que em 1977 lançou as naves Voyager 1 e 2 rumo aos planetas gigantes e além (o chamado espaço profundo). Ele está nessa foto ao lado, tirada no museu de ciências da Califórnia, com uma réplica da Voyager 1 ao fundo. Durante os quase 40 anos de viagem pelo espaço, essas fabulosas naves trouxeram (e trazem) informações muito importante e inesperadas. São delas as primeiras fotos (coloridas) de Jupiter, Saturno, Urano e Netuno na história, e descobriram dúzias de luas ao redor desses planetas. Nos últimos 2 anos, os sensores da sonda Voyager 2 indicam que alcançou o limite do sistema  solar - e continua avançando rumo ao centro de nossa galáxia, coletando informações inesperadas, que surpreendem os astrônomos. Devem enviar informações para a Terra até 2025, quando suas baterias nucleares deverão se esgotar. Ela está tão longe que sua comunicação leva 28h para nos alcançar!

Ed que já foi o diretor do centro de lançamento de foguetes da NASA (Jet Propulsion Laboratory-JPL) e atualmente é o professor de física no Instituto de tecnologia da Califórnia (Caltech), esteve no Rio de Janeiro entre 2 e 9 desse mês e participou da Conferência Internacional de Raios Cósmicos (ICRC), um dos eventos mais tradicionais em física. Escrevo esse post para registrar algumas entrevistas interessantes que ele concedeu durante o período que esteve por aqui.

Começo com o vídeo do programa Ciência e Tecnologia do canal GloboNews, do dia 12/7: ele relata qual foi o papel de Ed na missão, os objetivos do projeto, os desafios envolvidos e o que podemos esperar das sondas que continuarão ativas até 2025:

(caso o vídeo não abra, assista direto na fonte: Ciência e Tecnologia, 12/7/13)

Como complemento ao vídeo acima recomendo visitar dois sites da NASA, agência responsável pelo projeto (links em inglês):
Página oficial do projeto Voyager (RECOMENDO!!!  Nessa página os dados de distância e velocidade das sondas são atualizados constantemente).
 Perfil do físico Ed Stone (entrevista sobre o projeto)

Abaixo, dois vídeos da NASA: o primeiro é uma breve entrevista com Ed e sua equipe, onde relatam o que esperavam da missão e como foi receber os dados coletados pelas sondas. (em inglês, mas creio que seja fácil de entender...).


O segundo é um tributo à Voyager 2, com vários vídeos e imagens enviadas pela sonda.




O Jornal Estadão também falou com Ed, e destaco abaixo alguns trechos poéticos nas palavras do físico:

E o que vai acontecer depois que passarem da fronteira do sistema solar? A Voyager 1 continuará viajando para sempre no espaço? Sim, ela é uma embaixatriz silenciosa do planeta Terra, destinada a orbitar o centro da nossa galáxia para sempre, como fazem todas as estrelas. Então, a cada 240 milhões de anos, mais ou menos, ela completará uma órbita na galáxia – você pode chamar isso de “ano celestial”, se quiser –, e continuará a fazer isso por vários bilhões de anos. Será um pedacinho da Terra lá fora, em sua própria jornada ao redor do centro da Via Láctea.

O senhor acha que a mensagem que ela carrega algum dia será recebida por alguém? Muito improvável. O espaço é mesmo muito vazio, e há uma probabilidade muito baixa de que a Voyager chegará mais próximo de alguma estrela do que ela está do Sol agora – e ela já está muito longe.

(comentário didático: para os fans de Jornada nas Estrelas como eu, esse é um bom momento para assistir o primeiro filme da série... ele foi feito e 1979, apenas 2 anos após o lançamento das Voyagers... assista ao filme para entender essa "coincidência" histórica...se não achar por ai, tem um link aqui).


Termino essa publicação com a resposta de Ed a uma das perguntas que lhe foram feitas: "O espaço é muito vazio, e há uma probabilidade muito baixa de que a Voyager chegará mais próximo de alguma estrela do que ela está do Sol agora – e ela já está muito longe”, afirma Stone. “Acho que a mensagem foi mais para nós mesmos; um recado de que chegamos a um ponto em que éramos capazes de enviar uma mensagem desse tipo ao espaço, para se tornar uma parte da Via Láctea para sempre.”



Fontes para essa publicação:
Estadão, Terra, BBC, Nature, portal Space, Washington Post, NASA, ICRC

Um comentário:

  1. Luis Felipe E Simiaoterça-feira, 01 outubro, 2013

    oi fabio sou eu, o luis e acabei de chegar de viagem e amanha estarei indo para a NASA e ate agr esta tudo bem e como voce vai indo?? amanha falo como foi a minha visita a NASA!!!!!
    Tchau

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