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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Meteoro cruza o céu paranaense

Na semana passada uma bola de fogo foi vista cruzando o céu de nosso estado. O fenômeno ocorrido as 20h da última terça, dia 22, foi relatado por moradores de várias cidades, principalmente da faixa oeste do estado.

Ao lado, uma das fotos que registrou o evento.

Informo nessa publicação os detalhes deste ocorrido, sua provável causa e implicações.



Relatos do evento
Foi próximo das 20h da noite de terça dia 22 que os relatos sobre uma "bola de fogo no céu" começaram a pipocar pelo estado... Divulgo abaixo alguns vídeos que captaram o fenômeno semelhante a um meteoro, conhecido popularmente como estrela cadente.

Registro ainda alguns depoimentos colhidos por rádios e jornais:

"Quando eu vi aquela bola de fogo, que era bem grande, achei que era uma estrela cadente. Meu vizinho até disse pra eu fazer um pedido. Aí eu gritei logo que queria ganhar na Mega-Sena", contou Marinalva Munaretto, moradora de Cascavel.

"Um clarão desceu do céu com uma nuvem de fogo. Na frente ele era branco e tinha uma cauda de fogo. Ele desceu [num ângulo], de mais ou menos 45 graus", conta Rodrigo Ambrósio, morador de Arapongas.

A foto ao lado do jornal Dia a dia Arapongas é um registro do que ocorreu. 

A mesma imagem foi avistada por Lígia Antunes, que mora em Pérola do Oeste. "A gente chegou a ver, mas não tão intenso quanto dizem que foi em Palotina. A gente chegou a ver um clarão, com uma bola de fogo", disse.

“Estava saindo de casa quando as crianças começaram a gritar olha a estrela cadente, fogo. Foi muito rápido”, escreveu uma internauta de Cascavel. Um internauta de Lindoeste contou que viu um clarão que desapareceu rapidamente. “Achei que não era nada, mas tem muita gente que viu em vários lugares”, comentou.

A Rádio BandNewsFM também divulgou relatos - ouça:

Pedro Maziero estava no Parque Barigui em Curitiba, quando viu a bola de fogo no céu.


O representante comercial Claudinei Rocha conta que ficou sem saber o que estava vendo.


Para o trabalhador autônomo Jimy Teodoro, o fenômeno foi um meteoro, mas o que assustou é que ele passou mais perto da terra do que vemos normalmente.




Com a palavra, os Profissionais de nosso estado

Vários astrônomos profissionais de nosso estado foram entrevistados para comentarem o fato. Destaco abaixo alguns dos entrevistados:

O portal G1, via RPC 2ª edição, conversou com o (meu ex) professor do departamento de Física e doutor em astronomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Dietmar Foryta, que analisou a imagem e confirmou que o fenômeno se trata de um meteoro. "É um meteoro, e é pequeno. É relativamente comum este tipo de fenômeno, mas em geral é perdido porque as pessoas não ficam procurando. Assim, a maioria não é avistada". Assistas a reportagens veiculadas nesse jornal nesses links:  link1, link2, link3, link4.

Prof. Dietmar também confirmou esse fenômeno à radio CBN:

O professor esclareceu também o barulho que alguns moradores relataram ter ouvido.



A rádio BandNewsFM entrevistou meu também ex-professor e atual Astrônomo do Espaço FTD, na PUC-PR,  o físico João Carlos de Oliveira (olhando para o céu na foto ao lado). Para ele, tudo indica que o acontecimento foi mesmo um grande meteoro que entrou na atmosfera.



Segundo o professor, os meteoros não são fenômenos raros e acontecem diariamente.




O astrônomo Miguel Moreno, presidente do Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal) afirma que “No Brasil, há dois grupos grandes de observação de meteoros, e infelizmente nenhum deles está no Paraná. Por isso, não temos filmagens consistentes sobre esse fenômeno. Mas já é possível dizer que a aparição desse meteoro foi muito próxima à região de fronteira do Paraná com a Argentina e o Paraguai, mais especificamente entre Palotina e Guaíra, onde se concentram os relatos”, disse.

“Os meteoros caem a velocidades espantosas, de dezenas de quilômetros por segundo. Por isso, a queima é mais intensa. Às vezes, o que as pessoas veem como estrelas cadentes pode ser um pedaço de lixo espacial que entrou na atmosfera. O brilho é pequeno e muito rápido, diferente de um meteoro”, explicou Moreno.

Para Maico Zorzan, um dos fundadores do Clube de Astronomia Edmond Halley (CAEH), em Marialva, trata-se de um meteoro. "No primeiro momento falamos em lixo espacial ou meteoro, mas por imagens e relatos do moradores foi um meteoro", diz. "O lixo espacial entra na atmosfera mais devagar e se queima mais fácil. Aparentemente o ocorrido foi um meteoro de tamanho considerável".


Ele afirma que ainda não foi possível confirmar se o objeto chegou ao solo. "Quanto o meteoro entra na atmosfera vai se deteriorando e, dependendo do seu tamanho, se incinera antes de chegar no solo". Caso alguma sobra seja encontrada no solo, esta é classificada como meteorito.


Conclusão:
É consenso entre os profissionais que a hipótese de que o brilho visto no céu tenha sido causado por um meteoro devido a velocidade e grande luminosidade observada. Existe uma grande quantidade de lixo espacial flutuando pelo espaço – desde o início da corrida espacial, na década de 1960, houve mais de 5 mil lançamentos de foguetes no espaço, que deixaram para trás resíduos e fragmentos –, mas esses objetos caem mais devagar.


Monitoramento do céu
O portal G1 procurou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que afirmou que o Brasil não possui nenhum tipo de monitoramento de corpos celestes. Portanto, qualquer análise sobre a existência ou não de um meteoro só pode ser confirmada com fotografias e vídeos do fenômeno visto pelos moradores, como os feitos acima.


Ajude a monitorar os céus de nosso estado - se você também observou esse (ou outro) evento, deixe seu registro aqui!



Fontes:

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