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sexta-feira, 29 de março de 2013

Pesquisas sobre a água premia Física brasileira

“A carreira de cientista é uma coisa muito emocionante. A gente faz descobertas! Imagine só a emoção quando você se dá conta que é a primeira pessoa que compreendeu um certo fenômeno. Esse é um sentimento muito especial”.  

É com essa empolgação toda que a física e pesquisadora Márcia Cristina Bernardes Barbosa fala sobre o seu trabalho. Na foto ao lado está em seu laboratório na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde estuda algumas propriedades do "liquído mais esquisito de todos: a água!"

Ela esteve em paris na quinta-feira (28/03) para receber o prêmio L'Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência. Formada em física, possui três pós-doutorados, e é a quinta brasileira a ser premiada. Foi homenageada ao lado de outras quatro mulheres, uma de cada continente.

Ela é uma grande defensora mundial pela maior participação das mulheres na ciência. "As meninas têm uma imagem de que cientista é uma pessoa que não tem vida social, uma pessoa que só se preocupa com o trabalho e não têm outros interesses na vida. E isso não é verdade!".

Esse post é uma homenagem à contribuição feminina para o desenvolvimento científico...
A pesquisdora
Márcia Cristina Bernardes Barbosa é formada em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde fez seu mestrado e doutorado. Atualmente é diretora do Instituto de Física dessa universidade e pesquisadora da área de Fluidos Complexos.  Trabalha ainda como consultora da CNPq e da CAPES, dois órgãos de pesquisas importantíssimos no Brasil. Já trabalhou em diferentes centros de pesquisas pelo mundo, como o Instituto Max Planck (ALE), nas universidades de  Boston, da Califórnia, de Maryland (EUA),  na Espanhal.... Possui três pós-doutorados numa área bem complexa da física, chamada física da matéria condensada, e em seu grupo de colaboradores constam alguns pesquisadores da UFPR.

(tá bom... acho que deu para entender que Márcia adora ser física ne?).

Sobre a pesquisa
Tecnicamente falando, Márcia estuda a anomalia da difusão da água. Como ela mesma explica, trata-se da propriedade que torna a água diferente de outros elementos. Uma barra de ferro, por exemplo, afunda em um tanque com ferro em estado líquido. Já o gelo, que é a água em forma sólida, permanece na superfície. Analisando dessa forma, não parece algo simples?? Pois é: algo simples assim de ser observado pode trazer grandes esforços de pesquisa...

Resumindo de maneira simples (como se fosse fácil) uma das grandes conclusões da pesquisa, Márcia descobriu que quanto maior o número de moléculas de água, mais rapidamente ocorre uma troca de elétrons, o que faz o líquido fluir mais rápido. 

Os resultados de seu trabalho têm aplicações amplas: podem explicar como ocorrem os terremotos ou mesmo esclarecer como as proteínas estão estruturadas, o que pode influenciar o tratamento de diversas doenças.

Melhor do que tentar explicar, é deixar que ela mesmo explique... por isso  divulgo abaixo uma parte do programa "Simplifísica" do canal de TV da  UFRGS, que fala sobre a pesquisa dela - assista:







Sobre as outras pesquisadoras que ganharam o reconhecimento pelo prêmio de 2013:

O prêmio L'Oréal-Unesco foi criado há 15 anos para promover os trabalhos pioneiros realizados pelas mulheres que se dedicam à pesquisa científica pelo mundo. Os responsáveis pelo  evento disseram que todas as homenageadas foram selecionadas pela dedicação ao trabalho e "por pesquisas inovadoras e fundamentais em diferentes campos científicos".

As ganhadoras de 2013 vieram dos cinco continentes e receberam um prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 200 mil) cada  no dia 28 de março, na sede central da Unesco, em Paris. 
Abaixo está uma pequena entrevista com cada uma delas, produzidas pena  UNESCO - e por isso está em inglês (e com legendas - em ingles!), mas é fácil de entender. Assista para entender como o pensamento e a postura feminina encontra o seu espaço nesse imenso universo do conhecimento:



 
O programa L´oreal oferece outras formas de reconhecimento para aquelas que aceitaram o desafio de viver de ciência, sendo as bolsas em dinheiro a mais comum. Esse evento premia pesquisadoras em várias áreas do conhecimento, como Ciências Biomédicas, Biológicas e da Saúde, Ciências Físicas, Ciências Matemáticas e Ciências Químicas. Desde 2006, 47 pesquisadoras já foram beneficiadas.


Há muito espaço para as mulheres cientistas

Márcia lembra que a presença femina na ciência está se intensificando, sendo a Biologia a área na qual as mulheres mais se interessam. Na física – e também nas engenharias e na informática – as mulheres são minoria. Apesar desse quadro se repetir no mundo todo, valores culturais também influenciam a escolha da profissão e as mulheres, ensinadas desde cedo a cuidar, acabam encaminhadas para as áreas médicas ou biológicas.

“As mulheres não querem ir para um ambiente que pareça hostil”. Para ela, em muitas culturas, inclusive na brasileira, a mulher ainda é criada para o lar. “As meninas têm uma tendência de, ao escolherem uma carreira, buscarem alguma que tenha cara de lar”, compara.

“A falta de mulher na ciência é um fenômeno global”, afirma Márcia. “Essa imagem nerd” associdada à profissão de cientista e pesquisador torna a carreira desinteressante para as meninas. Segundo ela, uma reformulação seria necessária. “As meninas têm uma imagem de que cientista é uma pessoa que não tem vida social, uma pessoa que só se preocupa com o trabalho e não têm outros interesses na vida. E isso não é verdade”, enfatiza. (no perfil do Facebook e na página pessoal tem várias fotos dela bem descontraídas, mostrando que essa postura também combina com a postura científica...)

 
Para desmistificar essa visão, ela ministrou uma palestra em 2010, no instituto de física da UFRGS, cujo tema era "Atraindo Meninas para a física" - Assista em duas partes:

Parte 1( 10min)


Parte 2 (4min)






E ai: se inspirou também??






Fontes para esse post:
Portal Terra, Instituto de Física UFRGSUNESCO, L´oreal.comWikipedia, Globo.com, UFRGS, Revista Exame

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