A revista Science divulgou essa semana que foram encontrados gelo e materiais orgânicos na superfície de Mercúrio!
O até então inóspito planeta, que é o mais próximo do Sol, era tido como muito quente para abrigar água - quem diria gelo! O fato inesperado só é possível devido a (quase) ausência de inclinação do eixo de rotação do planeta, que deixa seu pólo norte permanente no escuro, permitindo que temperaturas negativas sejam constantes no interior de crateras nesse ponto do planeta.
A descoberta foi feita pela sonda Messenger, que orbita o planeta desde 2011 - falei sobre a chegada dessa sonda nesse post do ano passado .
Se você está pensando o que significa essa notícia, então deve continuar a ler esse post - e surpreender-se!
(obs.: essa publicação deveria ter sido publicada em 2012, mas notei agora que não foi... de qualquer forma é uma notícia interessante e compartilho).
Dados coletados pela sonda Messenger, lançada pela Nasa em 2004 para estudar Mercúrio, mostram que regiões permanentemente escuras do planeta contêm água congelada e material orgânico. Três estudos sobre o tema foram publicados nesta quinta-feira pela revista Science.
Os instrumentos da Messenger começaram a estudar o planeta de maneira detalhada apenas em março de 2011. Desde então, foram coletados dados que ajudam a entender como os planetas do Sistema Solar adquiriram água e algumas das substâncias químicas que possibilitam o surgimento de vida.
A proximidade de Mercúrio com o Sol poderia sugerir que o planeta fosse muito quente para a existência de gelo. No entanto, Mercúrio possui uma inclinação de translação insignificante em relação ao Sol (cerca de 0,1º), o que faz com que algumas regiões de seu Polo Norte nunca sejam atingidas pela luz solar, principalmente ao fundo de crateras. Tal condição permitira o abrigo de de gelo nessas localidades.
Em 1991, o radiotelescópio Arecibo, em Porto Rico, detectou trechos claros no polo do planeta. Os cientistas teorizaram, então, tratar-se de água, mas a hipótese não havia sido testada. As novas observações dão suporte à ideia de que é mesmo água, na forma de gelo, o principal constituinte dessas manchas.
(Atualização em 01/07/2015)
P.S.: Agradeço às considerações sempre bem vindas do professor Mario Sérgio relacionadas à transposição do conteúdo que pesquisei.
Fontes para essa publicação:
Jornal Folha de São Paulo, Revista Veja, Space, Revista Science Time, BBC, Space
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