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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Sonda Rosetta acha oxigênio ao redor de cometa

O Astro ao lado é o Cometa 67P, o "Chummy". Lembram-se dele(se você possui óculos 3D utilize-o para vê-lo em 3 dimensões!).

Ano passado ficou famoso por ser o primeiro cometa a ter sua superfície tocada por uma sonda, a Philae. 

Em órbita do cometa está a sonda Rosetta, que nessa semana detectou oxigênio molecular na tênue atmosfera do astro, deixando astrônomos de cabelos em pé sobre sua misteriosa origem.

Nessa publicação explico os detalhes e o significado dessa impactante descoberta.

A descoberta
A sonda Rosetta, que orbita o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko detectou a presença de oxigênio molecular (o gás oxigênio), fato este totalmente inesperado e que pode mudar toda a teoria da formação do sistema solar.

Os cometas são sobras da formação original do sistema solar, e em sua maioria, originam-se do Cinturão de Kuiper, região que está muito além da órbita de Plutão e abriga vários objetos congelados.

Entre setembro de 2014 e março de 2015, enquanto o cometa 67P fez sua maior aproximação ao Sol, o material do cometa volatilizou ("derreteu" com o calor) e começou a ser ejetado, formando uma cauda. A sonda Rosetta pode "cheirar" o material que se formou em volta do cometa, e foi nesse momento que encontrou o oxigênio em sua forma molecular (O2). 

Na verdade, "cheirar" não é o termo mais adequado, uma vez que o aparelho utilizado foi um espectrômetro de massa, a bordo da sonda, que identifica assinaturas químicas mediante a luz emitida do objeto (análise espectral). A montagem abaixo ilustra essas linhas.

Essa foi a primeira vez que esse gás foi detectado em cometas, uma vez que essa técnica não pode ser realizada da superfície Terra, já que os aparelhos iriam captar o gás de nosso planeta e não de outros corpos. 











A Surpresa
O oxigênio é altamente reagente (possui uma alta afinidade química), o que significa que seria muito mais fácil ele se ligar a outros tipos de átomos do (para formar óxidos) que a um semelhante (que forma o gas oxigênio).

Essa é a inesperada surpresa que envolve essa descoberta.

Além disso, sua concentração é bastante alta: cerca de 3,8% do gás ejetado é oxigênio, sendo a segunda substância mais abundante,  só perdendo para água.


O que isso acarreta?
As teorias de formação do sistema solar indicam que o oxigênio reagiria rapidamente com o gás hidrogênio para formar agua. No entanto, as evidências dessa descoberta revelam que o processo pode ter sido diferente...

Contudo, a presença de oxigênio indica que esse gás pode ter sido congelado devido a baixíssima temperatura na região onde os cometas (esse, em especial) "vivem".

Assim, as moléculas detectadas poderiam ser resquícios da época da formação do sistema solar, e o cometa ser uma cápsula do tempo, armazenando em seu interior amostras congeladas que preservam as condições da época da formação dos planetas, ha bilhões de anos atrás.

Descobertas como essas exemplificam que a ciência não é estática,  e que está em constate evolução. Para compreender melhor a descoberta, novos testes ainda deverão ser realizados.

Este fato pode também trazer implicações para a teoria de formação dos planetas, uma vez que ele exige que todo o processo seja remodelado.

Abaixo, vídeo com a notícia da descoberta (em inglês)




Fonte

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