Todo grande atleta é muito bom... em Física!

A cada dia que passa meus relatos sobre a curiosidade de meus alunos vai aumentando por aqui... na última sexta, meu querido aluno e amigo Giuliano, da 8B, me perguntou o seguinte: "professor, como é que eu consegui acertar o chute no gol ser olhar para ele e nem para a bola?"
Simplesmente DEMAIS!!!! (não a façanha em si.... também, mas uma pergunta simples tem outra resposta fisicamente complexa....)

A leitura desse post é obrigatória para meus alunos da 8ª série! Portanto....


Disse a ele que nosso corpo se acostuma com as dimensões do campo e da bola de tanto treinar. Quando aprendemos algum esporte, leva um tempo para nosso corpo interpretar todas as informações captadas por nossos órgão sensoriais - e por isso todo mundo é muito lesado no inicio.... Com o tempo,  vamos nos acostumando a processar cada vez mais rápido as informações físicas de posicionamento da bola, dos jogadores, velocidades, acelerações, forças envolvidas no chute, na corrida, com "peso" da bola, com o tipo de quadra.....  E isso vale para todos os esportes, como a patinação no gelo, ou o basquete...

"A pratica leva à perfeição", diriam alguns colegas educadores. Eu afirmo que a prática esportiva gradualmente permite ao atleta dominar as evoluções espaço-temporais das grandezas físicas envolvidas numa situação!

"Tendeu?!?!"  (rs)

Como meu papel em sala é fazer uma ponte entre essa linguagem física e nossa linguagem do dia a dia, ai vai a interpretação prática do que disse acima: em um jogo de futebol, nosso organismo reconhece tão bem as dimensões do campo, suas distâncias, a velocidade da bola, dos oponentes, a força do chão com seus pés, do pé com a bola,..... que depois de um certo nivel de treino, você (ou o atleta) consegue prever onde a bola vai estar e que tipo de interação é necessário para fazer o gol ou para driblar um adversário, por exemplo.

O domínio das técnicas de um esporte (que no meu caso é o basquete), permite ao esportista um autoconhecimento muito grande, pois para prever jogadas, seu cérebro deve saber como são os movimentos do seu corpo e quais são seus limites. Por isso que o esporte é também uma forma respeito e humildade (para com seu corpo e com os colegas!)

P.S.: melhorei muito meu jogo de basquete depois que entendi e incorporei as quadras esse nível de conhecimento... experimente!


Fazia tempo que esperava alguem me perguntar isso e por isso Giuliano fiquei muito feliz com sua pergunta! Para você ver como nosso corpo é complexo e que tipo de informações ele é capaz de reconhecer, processar e prever, o canal Globonews, no programa Espaço Aberto - Ciência e Tecnologia do dia 18/10/2010, dedicou-se inteiramente a desvendar o mistério de um grande atleta brasileiro: Pelé. Olha só o resumo do programa:
Resumo: Um físico faz um raio x de uma das jogadas mais famosas de Pelé: a bicicleta em tesoura. Será que até as leis de Newton se curvam diante do Rei? Um fisiologista avalia as condições físicas do gênio.

Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro indicado ao Nobel e grande fã de Pelé (apesar de ser palmeirense), explica muito bem como essas evoluções espaço-temporal das grandezas físicas se aplicam ao futebol

Assista ao programa que celebra os 70 anos de Pelé, relatando a ocorrência de um evento único, uma singularidade  do universo!   Depois, reflita e me diga: Pelé sabia mais de física do que de futebol não acha?



Clique aqui para abrir o vídeo: Ciência tenta explicar o fenômeno Pelé
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Treino?? Sorte?? Conspiração das forças ocultas do universo??
Não complica... é simplesmente: FÍSICA!!!!